Junho chega cheio de animação e expectativa pelas festas que vêm com ele. Mas o mês também pode ser de preocupação, se as famílias não tomarem os devidos cuidados. Em cada parte do Brasil há um estilo de festa junina, entretanto, em todas elas são comuns as fogueiras, balões e fogos de artifícios – uma das principais causas de queimadura no período.
Um acidente com fogos de artificio marcou a vida de Janete Maria Martinazzo Sernajoto, coordenadora da Pastoral da Criança na Diocese de Tubarão (SC). O fato aconteceu há muito tempo, quando o irmão de Janete tinha por volta de cinco anos. O menino encontrou um foguete aparentemente queimado, resolveu pegar o item e colocar no fogão à lenha da família. Ao aproximar o rosto, ele foi queimado com a explosão do foguete. “Sangrou muito”, lembra a irmã, “ele foi levado imediatamente ao pronto socorro, foi atendido por um oftalmologista que passou horas fazendo a limpeza e a remoçāo de resíduos”.
Dra. Zilda
"Eu trabalhei durante 6 anos no Hospital de Crianças Dr. Cesar Pernetta e o que mais me doía o coração era ver crianças queimadas. Eu gostaria muito que as líderes quando fossem visitar as casas refletissem com as mães sobre este assunto para prevenir acidentes”.
Papa Francisco
“Deus chama-nos a reconhecer os perigos que ameaçam as nossas próprias famílias e a protegê-las do mal”.
Por sorte, ele não perdeu a visão, mas a história marcou para sempre a família. “Minha mãe sempre fala que não existiam pastorais, como a da Criança, ou programas que ajudavam na prevenção, era tudo muito precário”, conta a coordenadora. Da situação, ela tirou o aprendizado. “Em se tratando de festas juninas, balões e foguetes, penso que devemos orientar as crianças, e principalmente os pais, para que tenham cuidado com seus filhos”, destaca. Para ela, a curiosidade das crianças, mesmo com as orientações dos adultos, pode colocá-las em perigo. Por isso, é essencial estar sempre por perto dos pequenos.
Saiba mais: Previna acidentes, para que as festas juninas sejam só alegria!
Sílvia Regina Barroso Marcelo, coordenadora da Pastoral da Criança na Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, de Lorena (SP), compartilha da mesma opinião de Janete: é preciso que os adultos fiquem ainda mais atentos às crianças no período de festas juninas. “Se vejo crianças com fogos, eu não deixo”, conta. E as crianças da comunidade onde atua como voluntária conhecem bem os perigos dos fogos.
Há cerca de três anos, o avô de uma criança acompanhada estava soltando foguetes quando um deles estourou na mão do homem, deixando um ferimento bastante grave. “Ele foi atendido no Pronto Socorro. Ficou apenas com uma cicatriz de lembrança, graças a Deus”, recorda. Outra situação, que marcou Sílvia, foi a de meninos que queimavam palhas de aço nessa época. Um deles acabou se queimando porque a faísca entrou em contato com a sua calça. “Hoje em dia está tudo bem, ficaram as lembranças ruins e cicatrizes”, fala. Ela conta que sempre relembra esses momentos e os usa como exemplos para aconselhar as crianças e pais, para que todos prestem atenção nos perigos dessa época do ano e tomem ainda mais cuidado.
3º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”.
Atitudes preventivas para evitar acidentes durante festas, férias e mesmo nas atividades simples do dia a dia também são uma contribuição para uma das metas relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, assumida por diversos países, para os próximos anos. Isso ajuda a “acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de 5 anos”, garantindo que eles vivam em ambientes seguros e cercados de cuidados.