Pastoral da Criança e o embasamento científico

Tema: Campanhas da Pastoral da Criança

Foto: Acervo Pastoral da Criança

Os líderes da Pastoral da Criança levam muitas informações todos os dias para as famílias que acompanham. Todas essas informações são muito pesquisadas e confirmadas por especialistas e possuem base científica sólida e atualizada. Mas não basta ter ótimas informações, pois elas precisam ser transmitidas da maneira correta para as famílias, por isso nossos líderes são treinados e acompanhados e carregam a missão de levar vida e em abundância. Para falar sobre a missão da Pastoral da Criança e o embasamento científico, convidamos o Dr. Nelson Arns Neumann, Coordenador Internacional e Coordenador Nacional Adjunto da Pastoral da Criança.

Como a Pastoral da Criança alia conhecimento científico com o saber popular?

Eu lembro quando fui trabalhar no Maranhão que eu perguntava como fazia depois do parto para saber a hora de cortar o cordão umbilical, as parteiras diziam "ah, a gente fica segurando, a hora que parar de pulsar é porque está na hora de cortar". Eu achei muito interessante, porque depois os estudos científicos mostraram que isso é verdade e inclusive é atualmente uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Certos conhecimentos populares são muito importantes, são frequentemente estudados e muitos são comprovados e devem continuar a serem usados. Outras coisas não devem, como, por exemplo, o costume de colocar esterco e teia de aranha no umbigo da criança depois que nascia, o que pode causar tétano neonatal, infecções e até a morte da criança. É importante saber o que deve ser feito ou não, estudar o porquê e o que tem por trás daquele costume, para cortar imediatamente algo que é nocivo para a saúde. 

Como as parcerias com as universidades e instituições ajudam no conhecimento científico que a Pastoral da Criança quer transmitir para as famílias? 

Tudo que a Pastoral da Criança faz tem embasamento científico através de fontes, como o Ministério da Saúde, Universidades, Organização Mundial da Saúde, Sociedades de Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, para que possamos orientar as famílias de maneira correta. Por exemplo: por muito tempo se acreditou que colocar o bebê de barriga para cima era prejudicial. No entanto, os cientistas começaram a estudar porque as crianças tinham morte súbita e viram que colocar de barriga para cima podia prevenir até 70% das mortes infantis. As diversas campanhas que a Pastoral da Criança tem, como a do Soro Caseiro que tem um componente científico comprovado de que o açúcar ajuda a reabsorver o sal e hidrata a criança; Antibiótico Primeira Dose Imediata, em que 1 em cada 5 pessoas deixaram de morrer quando recebem logo após a consulta a primeira dose do antibiótico necessária para o tratamento; os primeiros 1000 Dias de vida da criança, que foi comprovado que o que acontece na barriga da mãe afeta a criança para sempre, assim como forma como a criança nasce, que o parto normal é muito melhor que a cesárea.  

Dr. Nelson Arns Neumann, Coordenador Nacional Adjunto e Coordenador Internacional da Pastoral da Criança   

Como os líderes são formados para isso? 

Eles tem 3 etapas fundamentais: primeiro a capacitação, de aproximadamente 50h, para saber a parte básica; depois o acompanhamento contínuo e, o principal de tudo, ela estar atenta ao serviço de saúde com as mães, verificando o que está acontecendo, e se auto avaliando nas Reuniões de Reflexão e Avaliação para ver se a mensagem está sendo transmitida e entendida de forma adequada e, se não estiver, esse líder consegue contatar outros níveis para tirar suas dúvidas e, juntos, conseguimos responder o que não ficou claro. 

Leia a entrevista na íntegra: 1476 - Pastoral da Criança e o embasamento científico (.PDF)