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Foto: Antonio Guilen

Mais de 2 milhões de casos de aborto espontâneo, gestações que terminam naturalmente antes da 22º semana, são registrados no Brasil por ano. A maioria dos casos (80%) é precoce, ou seja, ocorre antes da 12ª semana, depois disso, é considerado tardio. Vale destacar que em 65% das vezes, a interrupção da gravidez ocorre antes mesmo da mulher descobrir ou ter a confirmação de que estava grávida.

As causas mais comuns são: a má formação do feto, que impede o desenvolvimento do bebê e gravidez ectópica, quando o embrião se desenvolve fora do útero. Mas, as chances de aborto espontâneo aumentam quando: a mulher tem mais de 40 anos (nessa faixa etária, os riscos praticamente dobram em relação à faixa dos 20 anos), o homem tem mais de 55 anos, existe histórico (dois ou mais consecutivos) de abortos e de problemas congênitos e genéticos na família, presença de infecções, como sífilis e HIV, e doenças autoimunes, hábito de fumar, beber ou usar drogas e a utilização de certos medicamentos, entre eles: anti-inflamatórios não esteróides, entre outros.

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Celebração na Paróquia São Raimundo Nonato

“A Juliane descobriu que estava grávida apenas no terceiro mês de gestação, ela relatou que como não teve nenhum sintoma, foi uma surpresa. Ela e o marido não estavam esperando, mas ficaram muito felizes e desejaram o bebê. Essa era sua segunda gravidez e como a primeira foi bem tranquila, então eles estavam animados”, contou a líder Nelma Saraiva, da Paróquia São Raimundo Nonato, em São Luiz do Maranhão (MA).

Os sinais mais claros de que a mulher está sofrendo um aborto espontâneo são: cólicas semelhantes às menstruais e sangramento forte, que pode incluir coágulos. “Uma semana depois da confirmação, ela começou a sentir fortes dores na barriga e a sangrar, e veio na minha casa pedindo ajuda. Levamos ela até a maternidades e os médicos disseram que ela estava tendo um aborto espontâneo”, relatou Nelma. “Os médicos não souberam explicar o porquê, pediram que ela voltar nos dias seguintes para  fazer uns exames, saber como estava o útero e tentar entender o motivo dela ter sofrido o aborto”, completou.

Depois que aconteceu, ela ficou muito abalada. A partir do momento que eles tiveram a confirmação, já pensaram nos padrinhos, se era um menino ou uma menina, já teve aquele vínculo e aquele amor. A filha do casal, mesmo não tendo completado nem 3 anos, já tinha todo o apego. Ela gosta muito de criança, então já entendia que ia ter um irmão, estava animada e falava com a barriga da mãe. Por isso, quando aconteceu, eles ficaram muito tristes e choraram muito”, explicou a líder.

Dra. Zilda

“Leve à gestante a Palavra de Deus, a certeza de que Deus a ama e de que a vida que ela carrega em seu ventre é abençoada, é graça, dom de Deus”.

Papa Francisco

“É Deus que dá a vida. Respeitemos e amemos a vida humana, especialmente a vida indefesa no ventre de sua mãe”.

Na própria maternidade a Juliane foi atendida pelos psicólogos e outros profissionais, que deram todo o apoio. Nós, líderes da Pastoral, fizemos as visitas e conversamos muito com ela, alertamos sobre os cuidados que ela tinha de ter e tudo mais, procuramos ajudar para que ela passasse por esse período difícil, que infelizmente aconteceu, e seguisse em frente”, disse.

Como lidar com um caso desses? “Eu acredito, que antes de tudo, nós precisamos nos informar. Saber o que aconteceu, como aconteceu, se foi um aborto espontâneo, se a mãe e a família desejaram a criança ou se não queriam ter, se ela é casada, se o pai acompanhou a gestação, se ela precisa de ajuda, se tem alguém pra cuidar dela e arrumar a casa enquanto ela se recupera, um passo a passo mesmo. Assim, a gente consegue dar informações mais coerentes sobre os cuidados, como o repouso e principalmente, ajudar a família, para que ela não fique desorientada ou sozinha nesse momento que é muito difícil. A gente também tem de lembrar que não pode julgar a mãe, independente de qual foi o motivo”, respondeu Nelma.

“Para mim, a Pastoral é muito ampla e, por isso, é sempre bom a gente ter as formações e continuar aprendendo mais. A gente precisa repassar informações úteis, que sejam verdades e funcionem para as mães. Às vezes, a gente acha que sabe tudo, mas não é bem assim. Eu fico muito feliz em participar da Pastoral da Criança”, finalizou.

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“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”

Em defesa da vida plena para todos, os líderes da Pastoral da Criança orientam e levam informações para as mães e os familiares durante toda a gestação, com o objetivo de assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar, conforme o 3º Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovido pela ONU.