fluxo 1 vacinasReceber as vacinas em dia é um direito da criança. Os pais ou responsáveis têm o dever de levá-la ao serviço de saúde para receber esta proteção gratuita contra diversas doenças. Mas, e quando não há vacinas na rede pública?

Desde o ano passado, há registro de reclamações sobre falta de vacinas em diversas regiões do Brasil. Atenta a essa realidade, a Pastoral da Criança mantém contato com o Ministério da Saúde e recebeu o apoio do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), para propor estratégias de resolução do problema.

De acordo com o Ministério da Saúde, reformas no Instituto Butantan e em um laboratório de produção na Fundação Oswaldo Cruz ocasionaram atrasos de produção e distribuição de vacinas, e a situação deve ser regularizada até o início de maio. No entanto, este não é o único aspecto que interfere nos prazos. É importante conhecer o fluxo completo que garante que a vacina chegue às unidades de saúde em quantidade e tempo corretos.

Fluxo para a vacina chegar ao município


No início de cada mês, a Secretaria Municipal de Saúde informa à Secretaria Estadual a quantidade de doses de vacinas que precisa receber para atender a demanda local. Quem fornece a vacina para o estado é o Ministério da Saúde, com base nas informações oferecidas pelos estados. Caso os municípios ou estados atrasem o envio destas informações, pode haver um cálculo errado no estoque de vacinas que são produzidas de acordo com a necessidade do país.

As vacinas têm prazo de validade curto e algumas delas somente são produzidas em certos períodos do ano, como a vacina da gripe, por exemplo. Por isso, quando há falta de vacina, os municípios precisam esclarecer claramente à população sobre os motivos da escassez. Nem sempre basta colocar a culpa no Governo Estadual ou no Ministério da Saúde, pois o processo todo depende dos municípios, do Estado e do Governo Federal.

fluxo3 vacinasfluxo2 vacinasAlgumas vacinas podem ser utilizadas por até cinco dias depois de aberto o frasco. Mas existem vacinas que têm validade mais curta. Depois de aberta, a validade da vacina BCG, por exemplo, é de seis horas. Ou seja, todo o frasco deve ser utilizado no mesmo dia. Sendo assim, em um período com baixo estoque de BCG (como foi em 2014 e agora em 2015), a Secretaria de Saúde precisa se organizar para informar a situação às pessoas e agendar a aplicação das doses, para não perder nada depois de abrir os frascos de vacina.

Por isso, a orientação agora é que os pais procurem as unidades de saúde e façam o agendamento da vacinação, para garantir o melhor aproveitamento das doses já existentes e que as crianças sejam imunizadas assim que as doses faltantes chegarem aos municípios que ainda não as receberam.


Clóvis Boufleur
Gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança