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O pós-parto ou puerpério, período que costuma durar de 6 a 8 semanas após o parto, é um momento muito delicado, que envolve uma mistura de sentimentos e também muito aprendizado. E tudo isso deve ser vivenciado pelo casal.
Sebastião Batista dos Santos, coordenador diocesano da Pastoral da Criança em Picos (PI), conta: “Uma jovem vizinha minha, que eu conheço desde que éramos crianças, engravidou e eu sempre acompanhei, não somente como líder da Pastoral da Criança, mas como amigo e como vizinho, pela proximidade”.
Eu percebi que, desde que engravidou, ela vinha seguindo direitinho os ensinamentos do serviço de saúde e da Pastoral da Criança. Ela fez todo o pré-natal e, desde o começo, tinha muito amor, sempre falava e fazia carinho na barriga. O companheiro dela, o pai da criança, que também é um jovem, estava maravilhado com a gravidez e tinha muito amor também. A expectativa do nascimento dessa criança era grande”, disse o coordenador.
“E, embora o serviço de saúde público não seja exatamente aquela maravilha que a gente espera e precisa que um dia seja, ele passa na medida do possível, para todas aquelas gestantes e crianças, aquelas que procuram e que a família vai atrás, informações do pré ao pós-parto”, relatou Sebastião.
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“No caso da minha vizinha, em que eu já visitei a criança três vezes depois do nascimento, ela está tendo todo o cuidado. Cuidando na alimentação, no repouso, na higiene e amamentando a criança. O pai e a sogra também estão ajudando a cuidar, para que ela possa descansar. Outro dia, quando fui visitá-los, o pai estava com a bebê no colo, embalando para que ela não chorasse. Isso é algo muito bonito de se ver. Ainda mais no Nordeste, que às vezes as pessoas acham que é um local muito machista. Mas, com o passar do tempo, a gente vê que as coisas estão caminhando positivamente e vão mudando. Não é uma coisa que vai mudar da noite para o dia, mas a gente já vê luzes nessa nossa caminhada. Tudo começou com as recomendações do serviço de saúde, com a conversa que temos com a família e com o pai percebendo a sua importância na formação da criança desde a gestação”, falou.
Dra. Zilda
“Eu gostaria de dizer que não é tão frequente, mas acontece, muitas vezes, que as mães ao terem o bebê, que é um momento de maior alegria, ao invés de ficarem felizes, elas ficam deprimidas, tristes. Então, a família deve realmente compreender muito bem, animar e a mãe deve reagir para não ficar no quarto, isolada, curtindo tristeza. Mas deve se distrair, deve haver muita alegria dentro de casa para que isso seja superado em menos tempo”.
Papa Francisco
“Maria é sinal de esperança para os povos que sofrem dores de parto até que brote a justiça”.
O papel do pai de cuidar, amar e dividir responsabilidades
Ao mesmo tempo em que o corpo passa por profundas modificações e retorna lentamente ao estado pré-gravidez, a mulher precisa se adaptar ao seu papel de mãe. Por isso, é fundamental que ela conte com o apoio de seus familiares e amigos, sobretudo de seu companheiro.
“É muito bonito você ver o pai quando ele está ali ao lado da mãe, ajudando, dando banho, colocando para dormir, brincando, conversando, apresentando, andando com o bebê na rua, trocando, isso tudo é muito lindo. É preciso dividir o trabalho com a mãe desde o nascimento da criança, não só quando ela estiver grande, correndo e brincando sozinha, é um cuidado que começa desde pequenininho. Além do mais, esse cuidado ajuda a mãe a se recuperar no pós-parto, pois o pai está dividindo as tarefas, afinal essa não é uma responsabilidade só da mãe, o casal vai se revezando”, conclui Sebastião.