A médica Zilda Arns Neumann e o ambientalista Roberto Kautsky (in memoriam); o ambientalista Sebastião Francisco Tótola e o Serviço de Engajamento Comunitário (Secri) foram os grandes homenageados da edição 2010 do Prêmio Dom Luís Gonzaga Fernandes. A cerimônia de premiação foi realizada na manhã desta terça-feira (24), no Palácio Anchieta, e reuniu centenas de pessoas, entre autoridades estaduais e municipais, lideranças religiosas, comunitárias, representantes de entidades da sociedade civil organizada e familiares dos homenageados. Nesta data, Dom Luís, falecido em 2003, estaria completando 84 anos.

 
 
 
 
O governador Paulo Hartung fez a entrega dos diplomas e dos troféus aos homenageados e seus representantes. A entrega de troféus foi, inclusive, uma das novidades desta edição do Prêmio. O Prêmio Dom Luís Gonzaga Fernandes foi criado em 2004 pelo Governo do Estado para homenagear pessoas ou entidades que se destacaram na defesa e afirmação dos direitos da pessoa humana e que lutam e trabalham por mais justiça e desenvolvimento social e igualdade para todos.

Os candidatos ao Prêmio na edição2010 passaram por análise de documentos e currículos através da Comissão Especial do Prêmio Dom Luís Gonzaga Fernandes. Posteriormente, a relação de indicados foi submetida à deliberação do governador.

 
 
 
O Prêmio é uma homenagem ao religioso falecido em abril de 2003. Dom Luís foi bispo auxiliar de Vitória e membro da Comissão Teológica e Litúrgica da CNBB, membro do Departamento de Ação Social do Conselho Episcopal Latino-americano e do Departamento de Leigos, membro da Comissão Nacional Ampliada das Comunidades Eclesiais de Base e bispo de Campina Grande (1981-2001).
 
 
 
 
 
O trabalho de Dom Luís foi marcado pela luta em defesa dos menos favorecidos. Ele despertou consciências para a justiça, para a solidariedade e para a redução das desigualdades sociais. Outra característica de Dom Luís Fernandes foi o realce que deu à figura da mulher, quer na Igreja, quer na sociedade. Dom Luís confiou a mulheres encargos de liderança, contribuindo eficazmente para que a Igreja de Vitória assumisse a face de uma Igreja feminina.


Premiação

A emoção marcou a solenidade. Os discursos do professor João Baptista Herkenhoff, da Irmã Vera Lúcia Altoé, coordenadora nacional da Pastoral da Criança, das irmãs Lourdinas Wanderlita Meira de Araújo e Andréia Fernandes da Silveira – irmã de Dom Luís Gonzaga -, e do governador Paulo Hartung lembraram a trajetória do religioso que dá nome ao Prêmio e ressaltaram o trabalho e a vida dos homenageados.
 
 
 
 
O professor João Batista Herkenhoff afirmou que três arcos podem simbolizar o sentido das homenagens. "Um arco etário (da criança ao idoso, Zilda Arns); um arco sobre o milagre da vida (da vida humana à vida do meio ambiente, Roberto Anselmo Kautsky e Sebastião Francisco Tótola); um arco sobre a ação humana para a edificação do mundo (da ação individual àquela que se desenvolve em conjunto (SECRI)".
 
 
 
 
A irmã Vera Lúcia Altoé, coordenadora nacional da Pastoral da Criança, recebeu o Prêmio representando a Dra. Zilda Arns, falecida no dia 12 de janeiro de 2010, em Porto Príncipe, Haiti, durante o forte terremoto que atingiu o País. Dra. Zilda estava em missão humanitária, acompanhada da irmã Vera Lúcia, para introduzir a Pastoral da Criança no Haiti.
 
“Esse prêmio une essas duas personagens que fizeram história em nosso País: D. Luís implantou as mudanças do Concílio Vaticano II na Igreja de Vitória e foi para interior com as religiosas, implantando os Concilhinhos. Uma ação que deu visibilidade e fez da Igreja de Vitória uma referência no País e fora dele. Dra. Zilda fez a grande revolução pela vida ao fundar a Pastoral da Criança, como um jeito de a Igreja estar presente e salvando vidas entre as comunidades mais pobres e necessitadas não só do País, mas em nível mundial”, frisou a irmã Vera Lúcia.
 
 
 
 
O governador Paulo Hartung afirmou que transformar o presente e consolidar um futuro mais justo e fraterno é tarefa de todos. “Temos de nos engajar na defesa de valores que são caros à civilização humana, como a família, a solidariedade, a ética e o voluntariado. É preciso difundir bons exemplos e jogar luz sobre o trabalho daqueles que contribuíram e contribuem para a construção de uma sociedade melhor”.

Discurso Ir. Vera Lúcia Altoé

 

Crédito: Thiago Guimarães/ Secom