A Pastoral da Criança participou, no último domingo (16), de diversas ações realizadas pela Igreja em várias regiões do Brasil, marcando o encerramento da 9ª Jornada Mundial dos Pobres, celebrada de 9 a 16 de novembro. Inspirada pelo tema deste ano (“Tu és a minha esperança”), a Pastoral reafirmou seu caminhar em comunhão com a Igreja e seu compromisso com a vida, com a solidariedade e com a opção evangélica pelos pobres. Ao longo do dia, diferentes dioceses e arquidioceses promoveram atividades de acolhida, cuidado, espiritualidade e serviço.
Em Patos (PB), a diocese, em parceria com comunidades católicas, mobilizou profissionais e voluntários para um dia de atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade. Houve ações nas áreas de saúde, com médicos, enfermeiros, dentistas, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas, além de momentos de acolhimento, catequese, confissões e celebrações conduzidas por padres e pelo bispo diocesano.
O Bispo Dom Eraldo Bispo da Silva lembrou que o objetivo da Jornada é sensibilizar toda a sociedade para o cuidado com a vida, especialmente no contexto do Ano Jubilar.
“A pobreza muitas vezes priva a pessoa das condições básicas. Nós, cristãos, seguidores de Jesus e promotores de esperança, devemos acolher nossos irmãos e irmãs pobres, trazendo uma palavra, um ensinamento e também aliviando dores e sofrimentos. Somos convidados não a comemorar, mas a celebrar o compromisso de buscar uma sociedade mais justa e fraterna, com base no Evangelho,” disse Dom Eraldo.

Na Arquidiocese de Maceió (AL), as pastorais sociais iniciaram a manhã em caminhada a partir do Palácio dos Pobres até a Catedral Metropolitana, onde foi celebrada a Missa do Dia Mundial dos Pobres, presidida por Dom Genival Saraiva, bispo emérito. Após a celebração, houve café partilhado e uma palestra sobre o documento do Papa e a exortação apostólica Dilexi te (“Eu te amei”), ministrada pelo Padre Sérgio, refletindo sobre o amor aos pobres e o cuidado com a vida. A mobilização destacou o desejo comum de construir um mundo onde todos possam viver com dignidade e sem exclusões.

Em Maringá (PR), a Arquidiocese celebrou o Jubileu da Caridade com uma peregrinação que reuniu agentes da ação sociotransformadora e lideranças comunitárias. A programação incluiu a Missa presidida por Dom Severino Clasen, OFM, arcebispo local e presidente nacional da Pastoral da Criança. Dom Severino lembrou que “a fé não pode se limitar à vida interior”, destacando que ela exige compromisso com a justiça, com a paz e com o cuidado da Casa Comum. Ele reforçou que os pobres são “sujeitos e protagonistas na Igreja”, e não apenas destinatários de ações assistenciais, exortando os fiéis a combaterem a “globalização da indiferença” e a defenderem direitos sagrados como terra, teto e trabalho.

Em Curitiba (PR), a Pastoral do Povo de Rua, a Paróquia São Vicente de Paulo e outros grupos da arquidiocese realizaram uma ação social com corte de cabelo, distribuição de kits de higiene pessoal e almoço para cerca de 350 pessoas em situação de rua. “Atendemos mais uma vez a este chamado, que foi feito pelo Papa Francisco e vem se repetindo todos os anos, sendo agora reforçado pelo Papa Leão XIV”, comentou o bispo auxiliar da Arquidiocese, Dom Reginei José Modolo.
Para Paulo Bastos, coordenador arquidiocesano da Pastoral do Povo de Rua, a atividade reforça a dignidade de cada pessoa atendida: “Nossos irmãos puderam ter acesso ao essencial, como a higiene, além de participar de atividades culturais e esportivas.”
O Museu da Vida contribuiu com a arrecadação de itens de higiene pessoal, que foram distribuídos durante a ação. O coordenador nacional adjunto da Pastoral da Criança, Padre José Edilson da Silva, destacou a importância da presença da Pastoral junto aos mais vulneráveis e a sintonia com toda a Igreja:
“Como Pastoral da Criança, somos chamados a olhar com atenção para as pessoas em situação de sofrimento e necessidade. São irmãos e irmãs que, muitas vezes, precisam de acolhida, cuidado e de uma palavra que reanime a esperança.”

Jornada Mundial dos Pobres
A Jornada Mundial dos Pobres foi instituída pelo Papa Francisco em 2017 e, no Brasil, é celebrada em formato de jornada, com oito dias de ações, reflexões e iniciativas solidárias. A proposta é promover uma Igreja em saída, que escuta, acompanha e compartilha a vida com quem mais sofre, chamando toda a sociedade a reconhecer e enfrentar as causas da pobreza e a cultivar relações fraternas e transformadoras.