Conversar com qualquer pessoa sobre um diagnóstico de câncer é uma tarefa que exige sensibilidade, ainda mais quando se trata de uma criança. Os receios podem se manifestar de várias formas e o tratamento terá várias etapas. Por isso, é importante acolher os sentimentos da criança e da família. O líder da Pastoral da Criança pode se apresentar como uma rede de apoio, acolhendo e ajudando a família nesse momento delicado.
Leia a seguir as orientações do Ministério da Saúde, que constam na Carta da equipe Multidisciplinar da Oncologia Pediátrica aos pais ou responsáveis pelas crianças e adolescentes com câncer.
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Câncer Infantil
Como lidar com um caso de câncer na família
Por que conversar sobre o câncer com meu filho (a)?
Uma conversa franca pode ter efeitos importantes de apaziguamento da angústia, seja para os pais e/ou para a própria criança ou adolescente. A rede de suporte social, a escola, por exemplo, também funciona como importante recurso no tratamento oncológico infantil.
Observamos que um cuidado particularizado, porque atento à história daquela criança e de sua família, ao que é importante para aquele determinado caso, produz efeitos que dão mais qualidade ao cuidado. A partir da sustentação do laço de tratamento podemos explicar à criança o que vai acontecer em um procedimento de rotina. Isso pode tornar o uso de procedimentos anestésicos eletivos desnecessários em alguns casos.
Por que eu devo conversar sobre isso com meu filho?
Porque seu filho confia em você e nos profissionais que cuidam dele, e a capacidade de perguntar algo na travessia do tratamento já mostra que há uma resposta em construção espontânea. A parceria com ele pode ser de fundamental importância para que essa resposta seja menos assustadora.
Quando conversar com o meu filho sobre a doença e o tratamento?
Devemos respeitar o limite da criança ou do adolescente e acolher seus questionamentos ao longo de todo o processo de investigação diagnóstica e tratamento, conversando sobre o que desejar saber, porém com a linguagem adequada ao seu desenvolvimento.
Cabe ressaltar que devemos estar atentos aos momentos em que a criança parece não querer saber do próprio tratamento. Isso pode ser o indicativo de que devemos lançar mão de outros recursos (tais como brincadeiras e os jogos) para, através desses recursos lúdicos, falar com ele ou ainda acolher o seu silêncio.
O que deve ser falado?
O que a criança perguntar e aquilo que possa contribuir para que os procedimentos sejam menos invasivos e dolorosos. Sempre devemos estar atentos à sinceridade e à confiança. Os recursos de enfrentamento de uma criança ou adolescente são surpreendentes quando se sentem queridos e tomados como pessoas, que apesar da pouca idade, têm coisas importantes a dizer. Isso proporciona uma travessia mais humanizada de seu tratamento.
Tema da Semana
Embora seja mais comum na idade adulta, o câncer também pode ser diagnosticado na infância. O Brasil segue a tendência dos países desenvolvidos e o câncer já representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes.
O combate ao Câncer Infantil é o Tema da Semana da Pastoral da Criança. Clique aqui para ler mais sobre o assunto.