Pesquisadores de todo o mundo têm se debruçado a descobrir novidades sobre o zika vírus. O Brasil foi o primeiro a descobrir a relação entre o vírus e a microcefalia, e ainda não foi descartada a relação da doença com o aumento dos casos da síndrome de Guillain-Barré. No caso da microcefalia, foi constatado que o vírus consegue atravessar a placenta, chegando até o bebê em desenvolvimento. A preocupação é em relação às gestantes no primeiro trimestre de gravidez, período em que a maioria as mães relataram a manifestação da doença dos casos de microcefalia diagnosticados.
Há ainda especulações sobre a transmissão através do leite materno, mas estudiosos afirmam que a possibilidade dele ser transmitido dessa forma é quase nula. Em entrevista para o Blog da Saúde, a especialista do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Ana Elisa Baião, lembra que “há relatos de pesquisa que mostraram o isolamento do vírus no leite materno, mas não existe comprovação de transmissão por essa via”.
Síndrome de Guillain-Barré
Essa síndrome é uma reação rara a agentes infecciosos, como vírus e bactérias. Os sintomas são fraqueza muscular e paralisia dos músculos. Eles começam pelas pernas, e podem se espalhar para tronco, braços e face. A síndrome pode apresentar diferentes graus de agressividade, provocando leve fraqueza muscular ou casos de paralisia dos membros. O principal risco é quando os sintomas chegam aos músculos respiratórios, gerando dificuldade para respirar - o que pode levar à morte se não tratada.
Segundo Ana Elisa, por não haver comprovação por este tipo de meio, as mães que desconfiam que têm a doença, não devem parar de amamentar seus filhos, já que o leite materno apresenta uma série de outras vantagens. “A gente sabe que têm outras infecções congênitas que podem ser transmitidas durante a gravidez e que não são transmitidas no aleitamento, embora exista o vírus no leite também. Então, à luz dos conhecimentos científicos atuais, não temos evidências para alterar condutas assistenciais e técnicas no que concerne ao aleitamento materno e aos Bancos de Leite Humano”, afirma.
Brasil é referência em aleitamento materno
Uma nova série sobre leite materno foi laçada pela revista científica britânica, The Lancet, nesta sexta-feira (29). Na publicação, o Brasil é colocado como referência mundial, e numa posição de destaque em relação a países de renda alta, como Estados Unidos, Reino Unido e China. No total, foram analisados dados sobre a amamentação em 153 países.
A pesquisa indica que as mães brasileiras têm aumentado o tempo de amamentação exclusiva de seus bebês ao longo dos últimos 40 anos, ao contrário de países como a China, que viu seus números caírem. Outros assuntos tratados na revista de forma positiva sobre o assunto foram a legislação brasileira referente às mães trabalhadoras e os bancos de leite, que garantem o aleitamento a milhares de crianças que não podem contar com o leite de suas mães.
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