Andressa, de roupa preta, contou com a presença da equipe da Pastoral da Criança em sua posse como conselheira tutelar
Quem é voluntário da Pastoral da Criança ama e cuida dos pequenos. Isso é inegável. O que acontece, muitas vezes, é que esse carinho acaba se estendendo para outras áreas, para novas formas de cuidar. Foi o que aconteceu com Andressa Zenande, líder da Pastoral da Criança na Paróquia Sagrados Corações de Jesus e de Maria, há mais de 20 anos, e atualmente conselheira tutelar em Serra, Espírito Santo.
Quando questionada se a participação na entidade influenciou na sua candidatura como conselheira, a resposta foi rápida: “Totalmente”. A experiência adquirida por ela como líder, capacitadora e, em outras épocas, também como coordenadora de comunidade, a fez enxergar de outro modo as situações das crianças e adolescentes.
Para ela, as atividades da Pastoral da Criança integram um “conjunto maior de articulação” responsável por educar e preparar meninos e meninas para a vida. Conjunto este do qual fazem parte também o Conselho Tutelar (CT), o Conselho de Direitos, a escola, entre outros. “As crianças acompanhadas [pela Pastoral da Criança], eu tenho a certeza, vão ser criadas com uma cultura de cidadania”, aponta.
Dra. Zilda
“As crianças são prioridade absoluta, como garante o Estatuto da Criança e do Adolescente, e merecem carinho, atenção e respeito”.
Papa Francisco
“Precisamos ver cada criança como um presente a ser saudado, acarinhado e protegido”.
Responsabilidade de todos
Ela afirma que a experiência como líder, como conselheira e como advogada que sempre atuou na área de direitos humanos, mostra que a criança deve ser uma prioridade sempre, assim como indica o Estatuto da Criança e do Adolescente, e não apenas quando surge um problema. “Não adianta deixar para o Conselho Tutelar resolver isso depois. (...) A sociedade tem o dever de educar, se você vê uma criança com o braço fora do carro, você deve falar”, exemplifica.
Ao longo das duas décadas na Pastoral da Criança, ela percebe que os líderes estão mais bem preparados quando se fala em defesa dos direitos das crianças. “A liderança está mais esclarecida, porque os meios de comunicação e as formações facilitam o acesso à informação”. Segundo ela, apesar do pouco tempo que teve para fazer campanha para a eleição do CT – apenas duas semanas – uma das partes mais interessantes foi ampliar o conhecimento da comunidade. “Foi muito interessante explicar a função de cada um: do Conselho Tutelar, do Conselho de Direitos, da Pastoral da Criança...”.
Andressa recorda que as dificuldades encontradas não são poucas, “mas elas não são maiores que a alegria de ver as coisas acontecerem”. E afirma que as crianças são prioridades porque existem pessoas de várias instituições que trabalham para que isso seja uma realidade, incluindo todos os voluntários da Pastoral da Criança. “Eles também são agentes, e conhecem as famílias muito mais que nós [conselheiros], porque eles estão mensalmente na casa das pessoas. A gente vai só quando é chamado”, finaliza.