Crianças acompanhadas pela Pastoral da Criança em Salvador (BA)

Ao longo da história, o papel da criança na sociedade sofreu grandes transformações. No passado distante, elas quase não eram levadas em consideração. Atualmente, já se reconhece que as crianças são as que mais precisam de atenção por parte dos governos, da família e da sociedade. Mas, ainda há uma luta para conseguir garantir todos os seus direitos. 

Uma das iniciativas que está dando resultado positivo é o projeto Centralidad de la Niñez (“Centralidade da Infância”), um esforço de três instituições – Pastoral da Criança, Conselho Episcopal Latinoamericano (Celam) e Visão Mundial – que se unem para dar prioridade ao tema da infância. Essa união, motivada pelo Documento de Aparecida (nº 438), busca compor uma rede de trabalho para atuar em favor das crianças, contra a pobreza e a desigualdade na América Latina e Caribe. Uma comunidade de interação constante, voltada para a promoção da vida plena e o desenvolvimento integral das crianças.

Para explicar de que maneira as iniciativas da Igreja e da sociedade podem colocar em prática esse conceito de criança como prioridade absoluta, a Pastoral da Criança entrevistou Dom Leonardo Steiner, secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Como a Igreja e suas pastorais vêm demonstrando a valorização das crianças na primeira infância, de zero a seis anos, colocando-as no centro de suas ações?

A Igreja vai sempre colocar a criança no centro de suas ações. Em primeiro lugar, porque Jesus diz no Evangelho: “Se não se tornares como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”. Então, não tem como nós, como Igreja, não colocarmos a criança no centro, porque nós, também, devemos ter esse modo da liberdade; esse modo do crescimento; esse modo de futuro, de transformação que a criança visibiliza a nossa fé. Se nós formos olhar os documentos da Igreja, existe uma preocupação sempre muito grande, como aconteceu agora, de novo, no Sínodo com a família. Porque ali está a a criança, ali está o berço, ali está o início.

De que forma as paróquias e comunidades demonstram essa centralidade das crianças?

A centralidade nas nossas comunidades, nas nossas paróquias, se dá através das famílias. Qual é a preocupação maior de uma família? São os filhos. Ali, a comunidade cuidando de seus filhos e de suas filhas. Mas, é claro, também, o cuidado da paróquia em insistir, junto com os pais, para o cuidado, o afeto, o acolhimento, o perdão, a oração, a solidariedade. Essa preocupação de que as crianças, desde o começo, percebam a grandeza de viver Jesus, essa grandeza de ter um Pai que está no céu, essa grandeza para viver na força do espírito… As crianças que desde o começo vão às nossas paróquias e receberem essa mensagem preciosa, certamente, serão pessoas adultas muito ativas na fé e saberão, também, cuidar da vida da comunidade.

Leonardo Ulrich Steiner - Bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB

Dom Leonardo, o senhor gostaria de acrescentar mais alguma orientação?

É muito importante para os nossos líderes das comunidades ajudarem os pais a cuidarem bem das crianças, dar orientações, despertar critérios, despertar valores e ajudar com que as crianças aprendam, desde cedo, a rezar. Na medida do possível, no que forem aprendendo a rezar, eles vão criando uma alma maior, um espírito maior, uma generosidade. E percebem que pertencem a uma realidade muito maior do que essa pequena que sou eu, ou do âmbito familiar ou do âmbito da sociedade. Pertencem a uma realidade muito maior, que é a realidade de Deus.

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Leia a entrevista na íntegra: 1279 - Entrevista com Dom Leonardo Steiner - Criança: prioridade absoluta (.PDF)

Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança. Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Programa de Rádio
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