Foto: Acervo da Pastoral da Criança
Economia é um termo tão usado, principalmente ultimamente quando o mundo inteiro, ao falar da pandemia, fala de saúde e também da economia. Mas que tal iniciarmos essa conversa falando do significado desse termo? Usado para se referir à situação econômica, sua origem vem do grego, quando junta os termos oikos que significa casa e nomos que significa gerir ou administrar, resultando assim em cuidar da casa. E as famílias sabem exercer esse papel, necessitando é claro, de apoio para melhor desenvolver seu potencial.
Não deveria ser portanto, algo tão difícil de entender, mas da forma como é apresentada, aparece muito distante de nossa realidade e o que está bem perto principalmente das pessoas de comunidades pobres, são as consequências da lógica econômica que explora e mata, como afirma o Papa Francisco. Por isso ele quer reunir em um evento global, denominado “Economia de Francisco” em Assis, na Itália, jovens empreendedores, economistas e ativistas de movimentos populares, com o objetivo de “fazer uma pacto, no espírito de São Francisco, a fim de que a economia de hoje e amanhã seja mais justa, fraterna, sustentável e com um novo protagonismo de quem hoje é excluído”. E neste pacto, construir “novos caminhos buscando a solução dos problemas estruturais da economia mundial. ("Economia de Francisco" adiado para novembro)
E como essas discussões ecoam nas comunidades?
Na medida que a economia é pensada para estar a serviço das pessoas, novas economias vão se desenhando nas comunidades, uma economia mais próxima, onde o consumo da população pode acontecer nos comércios locais, onde a agricultura familiar é valorizada e até mesmo, uma simples horta caseira fará muita diferença no consumo da família. Não percebendo apenas o aspecto financeiro, mas também, o consumo saudável do alimento e fortalecimento do desenvolvimento local.
E isso pode acontecer em torno de uma economia solidária, “cujas ações têm como base a autogestão, a cooperação, o desenvolvimento sustentável e a solidariedade, como afirma com Carlúcia Maria da Silva. Segundo ela, “ as iniciativas de economia solidária estão presentes em um conjunto de empreendimentos econômicos solidários, cujo trabalho em redes, visa além de gerar trabalho e renda, fortalecer a organização social e fomentar a articulação política. Este conjunto de iniciativas econômicas, se realiza em diferentes campos, pautando produção e consumo solidários, como valor fundamental.” (Trabajo, género y modelos de economía solidaria)
Por isso, que no encontro sobre a Economia de Francisco e Clara, as questões serão debatidas a partir de Vilas Temáticas como: finanças, estilo de vida, mudanças climáticas, economia feminina. Esta última, com o propósito de reconhecer o valor do trabalho da mulher na economia doméstica, pois ela está na base, como produtora e consumidora de produtos e serviços, é reconhecer sua força para pensar uma nova economia, para o bem comum.
Tudo isso, refletirá também na vida das crianças, porque o exemplo da mãe com o cuidar da casa, ou seja, aprendendo a administrar, mesmo não sendo tanto o recurso, é um processo educativo, que mais tarde, com certeza, essa criança irá pensar a economia para além do aspecto financeiro, que se preocupa e cuida também do meio ambiente, que seja sustentável, a serviço do bem viver.