Foto: Dashu / Freepik
No dia 26 de junho, celebra-se o Dia Mundial de Combate às Drogas. E vale lembrar que as drogas não são apenas as ilícitas, mas todas aquelas substâncias que, quando ingeridas, causam alguma alteração no sistema nervoso de quem consome. Por isso, o Guia do Líder da Pastoral da Criança alerta também para o uso do cigarro, do álcool e dos medicamentos.
Sair para beber faz parte da vida dos brasileiros. Apesar de ser socialmente aceito, o álcool é uma droga. Quando consumida em excesso, passa a ser um problema, pois a embriaguez pode causar aumento da violência dentro e fora de casa, inúmeros acidentes de trânsito, faltas no trabalho, perdas de emprego e até separações da família, sem contar os problemas de saúde. De acordo com o Portal Brasil, 12% dos brasileiros sofrem com a dependência do álcool – uma doença que não tem cura, mas que pode ser controlada.
Para reconhecer alguns sinais e poder agir na prevenção do alcoolismo e de outras drogas, confira a entrevista que a Pastoral da Criança fez com Josiane Aparecida Valomi de Carvalho, psicóloga clínica, especialista em psiquiatria e dependência química, e agente da Pastoral da Sobriedade.
Programa de rádio Viva a Vida
1343 - 26/06/2017 - Prevenção ao uso de álcool e drogas
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Norte
Como fazer a prevenção ao uso de álcool e drogas na família?
A prevenção, a gente pode fazer, primeiramente, com o nosso exemplo. Eu, como pai ou como mãe, preciso fazer e mostrar. Não adianta eu só dizer como fazer: esse é o principal. Outro fator importante dentro da prevenção é que os nossos lares sejam agradáveis. Eu tenho que gostar de estar na minha casa, de querer voltar para a minha casa, eu tenho de gostar de dar um beijo na minha mãe, no meu pai, ter um ambiente harmonioso, gostoso, prazeroso. Não significa não dizer “não” para o meu filho, não significa eu deixar acontecer tudo e do jeito que ele quer e como ele quer. Aí, é ao contrário: eu sou o pai, eu sou mãe, justamente para prover e sustentar o meu “não” até o fim, para que os nossos filhos aprendam a elaborar as suas frustrações. Então, ser exemplo e conhecer.
E como saber se um filho ou filha usa drogas?
Preciso conhecer as pessoas da minha família. Eu preciso saber como ela é, se ela é alegre, se ela é extrovertida, se ela é mais fechadinha. Porque aí sim, eu vou saber se está acontecendo alguma coisa errada quando estiver acontecendo. Eu preciso saber conhecer o meu familiar pelo cheiro, pela aparência, pelos olhos, pelo jeito de andar, conhecer de maneira integral. Isso vai fazer a prevenção. Porque eu vou chegar primeiro. Ao menor sinal, eu vou estar atenta, eu vou poder observar.
Pastoral da Sobriedade
Assim como a Pastoral da Criança, a Pastoral da Sobriedade é um organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que atua por meio de grupos de autoajuda nas paróquias, formação e capacitação de agentes e atuação política junto às forças ativas na comunidade. Trata-se de uma ação em resposta a um problema social e de saúde pública, que busca resgatar e reinserir pessoas que, muitas vezes, são excluídas da sociedade. A partir da vivência dos 12 passos para a sobriedade, busca prevenir e recuperar da dependência química e outras dependências. Dessa forma, a Pastoral da Sobriedade é geradora de transformações pessoais, familiares e sociais.
Para conhecer melhor o trabalho da Pastoral da Sobriedade, você pode procurar as paróquias que possuem grupos de trabalho ou acessar o site: www.sobriedade.org.br
O que cada um de nós pode fazer para prevenir o uso de álcool e drogas?
A grande questão, diante disso, é como eu fazer. E o principal: com o meu exemplo, mostrando que eu posso ser feliz integralmente sem fazer uso. Esse é um dos primeiros passos. O próximo é eu não discriminar quem faz uso de drogas. É fácil apontar, é fácil falar. Mas eu me comprometer é mais difícil. Até mesmo nossas relações de hoje, mesmo com toda a tecnologia, estão sendo mais vazias. Nós precisamos voltar às nossas origens, a termos relacionamentos afetivos mais intensos, mais reais. Não só dar o abraço pelo abraço. Mas eu ir lá dar o abraço para saber como é que está o meu vizinho, o amigo que há tanto tempo não vejo, porque talvez essa pessoa esteja somente precisando desse abraço para não se envolver com as drogas.
Leia a entrevista na íntegra: 1343 - Entrevista com Josiane Aparecida Valomi de Carvalho - Prevenção ao uso de álcool e drogas (.PDF)