A doença ou síndrome mão-pé-boca é uma enfermidade altamente contagiosa causada por vírus que habitam normalmente o sistema digestivo. É mais frequente em crianças menores de cinco anos. O nome da doença se deve ao fato de que as lesões são mais comuns de aparecerem nas mãos, pés e boca, embora possam surgir em outras regiões do corpo.
Ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca. Em geral, como ocorre com outras infecções por vírus, ela regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, tratam-se apenas de sintomas e, para isso, é fundamental procurar atendimento médico. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem.
ENTREVISTA COM: Regina Reinaldin, enfermeira da Coordenação Nacional Pastoral da Criança.
Você poderia explicar o que é a doença mão-pé-boca?
É uma enfermidade contagiosa, causada pelo vírus Coxsackie. O nome da doença mão-pé-boca é justamente porque aparece em pequenas feridas nas mãos, nos pés e na boca. As lesões também podem dar na barriguinha, nas pernas e no bumbum. Os tipos de lesões aparecem inicialmente como manchinhas vermelhas, chamadas máculas. Depois elas podem evoluir para bolinhas ou vesículas como se fosse uma afta na boca. Esse vírus é transmitido pelo contato com objetos ou por alimentos contaminados, pela saliva, pelas fezes. As crianças pegam muito fácil, porque colocam objetos na boca e também pelas mãozinhas sujas. Isso facilita o contágio.
Regina Reinaldin, enfermeira da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança
O que fazer se a criança apresentar esses sintomas?
É preciso levá-la ao serviço de saúde para fazer o diagnóstico clínico. Não precisa fazer exame de laboratório. Apenas o médico, olhando o quadro do paciente, consegue identificar a síndrome. O que se faz é dar um tratamento de suporte, porque é uma doença que não tem remédio. Os medicamentos receitados são para dores, febres, alguns dos sintomas da doença. É muito comum, além dessas lesões na boca, a criança ter dor e febre, também mal-estar, dor de garganta, ficar salivando, não querer comer. Esses sintomas são clássicos da síndrome mão-pé-boca. Pode gerar feridas, até mesmo dentro da boca. As crianças podem recusar a alimentação. Uma estratégia para a criança comer, quando possível, é dar alimentos líquidos que possam ser ingeridos por canudos. Outra orientação, segundo os médicos, é não dar alimentos quentes, nem alimentos ácidos. Apesar de todo o transtorno que a doença pode trazer, na maioria das vezes, se resolve em uma semana sem deixar sequelas.
Como prevenir a doença mão-pé-boca? Que cuidados devemos ter para não pegar essa doença?
Por ser uma doença de transmissão fecal-oral, os cuidados básicos de higiene ajudam a evitar a disseminação. Lavar as mãos, os alimentos e evitar o contato direto entre crianças doentes são algumas das formas de combate da transmissão. A recomendação é que quando a criança estiver doente não a mande para a escola. Às vezes, sabemos que a mãe não tem com quem deixar a criança e acaba mandando-a para a escola, para a creche. E isso pode ser ruim, porque a criança está transmitindo a doença. Não tem vacina para essa doença, mas o fato de estarem as vacinas em dia evita muitas outras doenças, como meningite e pneumonia. As vacinas são uma das formas mais importantes de proteção contra as doenças infectocontagiosas.
Programa de rádio Viva a Vida 1649 - 01/05/2023 - Doença mão-pé-boca
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Podemos afirmar que está acontecendo um surto da doença mão-pé-boca no Brasil?
Os registros da doença mão-pé-boca tiveram um aumento expressivo no Brasil. Inicialmente, os surtos em crianças foram registrados em estados do nordeste do Brasil. Depois, houve um aumento de casos na região sul e depois nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
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1649 - 01/05/2023 - Doença mão-pé-boca (.PDF)
3º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”.
Os líderes da Pastoral da Criança orientam com amor e dedicação as familias acompanhadas para que mantenham a vacinação das crianças em dia. Além disso, informar sobre uma alimentação equilibrada, nutritiva com verduras, legumes e frutas também é um dos trabalhos da Pastoral.
Dra. Zilda
“Cada criança é uma benção de Deus para o mundo”.
Papa Francisco
“Esta vocação e missão pelo cuidado humano integral também hoje deve renovar os carismas no campo da saúde, para que não falte a proximidade com as pessoas que sofrem.”