1307 prevencao violencia outros assuntosjpgA violência contra crianças e adolescentes acontece em todos os países do mundo e nos mais variados ambientes: na comunidade, na escola, em instituições socioeducativas e até mesmo, na família. Para reverter essa realidade, é preciso dar destaque a um dos principais problemas: a invisibilidade. A maioria dos casos de violência contra crianças e adolescentes, seja ela física, sexual ou psicológica, não são denunciados ou investigados.

Apesar dos índices não estarem restritos a uma faixa de renda, níveis de escolaridade ou grupos étnicos específicos, é visível que as crianças e adolescentes com deficiência, negros e pardos, moradores de rua ou de comunidades mais pobres são os mais vulneráveis.

Estatísticas

De acordo com o Balanço Anual da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos de 2015, 59% das denúncias registradas no Disque 100, foram relacionadas a crianças e adolescentes. As maiores violações são: negligência (38%), violência psicológica (23,95%), violência física (22%) e violência sexual (11%).

Em relação à violência sexual, que ocupa a quarta posição, foram registrados 17.588 casos, o que equivale a duas denúncias por hora – sendo que 70% das vítimas são meninas.

Em todos os casos, a faixa etária mais atingida é entre 12 e 17 anos (31%) e de 0 a 3 anos (16%). Quanto ao gênero, 45% das vítimas são meninas, 39% meninos e, em 16% dos registros, o gênero não foi informado.

Considerando a raça, de acordo com a classificação do IBGE, negros e pardos somam 34% e brancos 24%. As crianças negras e pardas representam 57,5% do total geral de denúncias.

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Mudança necessária

As denúncias são encaminhadas, de acordo com sua gravidade e tipificação, para as seguintes instâncias: Ministério Público, Conselho Tutelar, Delegacia de Polícia e Secretaria de Segurança Pública, Conselhos de Direitos e a Corregedoria. Contudo, o total de resposta é de apenas 5,90%.

Para proteger as crianças, é necessário compreender a situação, buscar o diálogo e pensar também naquela família que está enfrentando a dificuldade. Por isso, a prática da missão da Pastoral da Criança, baseada nas visitas domiciliares e na relação de confiança com as famílias acompanhadas, também pode ser considerada uma medida preventiva, na medida em que promove a vivência de afeto e informação para que a criança possa se desenvolver plenamente. Dessa forma, a família e a comunidade também podem se transformar, criando um ambiente melhor para todos.