Foto: Marcello Caldin
A redução da pobreza ainda é um dos maiores desafios do Brasil e um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) lançados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para os próximos anos. A falta de oportunidade, os baixos salários e o clima, muitas vezes desfavorável para o plantio, fizeram com que muita gente migrasse para as grandes cidades. E, hoje, essas pessoas vivem em condições precárias. E muitos daqueles que não foram para as grandes cidade sofrem o abandono no campo. Muitos índios perderam as suas terras e há negros vivem em situação precária em alguns quilombos. Outros, vivem isolados à beira dos rios desse país ou compondo as populações de rua, onde também pode-se encontrar crianças.
Essas são as populações que convencionou-se chamar de “populações vulneráveis”. E as crianças são as maiores vítimas do sofrimento que essas realidades trazem. Para entender melhor qual é o significado desta situação de vulnerabilidade, que vai além do aspecto financeiro, confira a entrevista com o gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança, Clóvis Boufleur.
Programa de rádio Viva a Vida
1281 - Pastoral da crianca e populacoes em situacao de vulnerabilidade
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
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O que significa “populações vulneráveis”?
Esse termo, vulnerável, é usado para falar de diversos motivos que prejudicam a vida das pessoas, ligados à pobreza, falta de trabalho, abandono, violência, injustiça ou mesmo aquela distância que existe de onde as pessoas vivem e os serviços públicos. Em geral, isso afeta comunidades indígenas; povos das águas, das florestas (que nós chamamos, também, de ribeirinhos); os quilombolas; os acampados; ciganos; vítimas da seca; vítimas de trabalho forçado; moradores de rua; migrantes; crianças; pessoas com deficiência, dependentes químicos; idosos abandonados ou em situação de violência; ou mesmo, os desprotegidos.
O documento “Políticas de Atenção à Saúde Básica da Criança” busca dar atenção especial à primeira infância e às populações de maior vulnerabilidade. Como se dá essa atenção?
A atenção para a crianças em situação de vulnerabilidade é um dos sete eixos da política de atenção à saúde da criança. A primeira delas é a articulação das ações para incluir as crianças nas diversas redes de atendimento públicas, tanto do SUS quanto do SUAS, e por meio dos Conselhos Tutelares. Em segundo lugar, o apoio à implementação de um protocolo nacional, ou seja, de um fluxo de como as coisas devem acontecer para as crianças e adolescentes que vivem ou sofreram acidentes ou desastres, estão em situação de risco eminente. E, o terceiro aspecto dessa política é, justamente, apoiar a implementação de diretrizes para atenção integral à saúde das crianças.
Que ações a Pastoral da Criança realiza com as populações vulneráveis?
Clóvis Boufleur - Gestor de Relações Institucionais da Pastoral da Criança
A Pastoral da Criança tem a responsabilidade – pela sua história, pelo seu compromisso – de priorizar a sua presença nos locais com crianças vulneráveis. E a maior parte das crianças acompanhadas, cerca de 75%, vivem em áreas urbanas, como os bairros, as vilas. A outra parte vive em favelas e na área rural. E existem as crianças acompanhadas em assentamentos rurais, áreas ribeirinhas e de palafitas, indígenas, quilombos, acampamentos, áreas de ocupação e em presídios. A metodologia de trabalho é sempre a mesma em todos os lugares. E esse modo de atuar tem a capacidade de se adaptar às necessidades de cada comunidade.
Leia a entrevista na íntegra: 1281 - Entrevista com Clóvis Boufleur - Pastoral da Criança e populações em situação de vulnerabilidade (.PDF)