Dia Mundial de Luta contra a Aids: a conscientização persiste

 Ministério da Saúde

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) manifesta-se após a infecção do organismo pelo Vírus da Imunodeficiência Humana – HIV. A Aids foi identificada no início da década de 1980, e se disseminou pelo mundo.

Segundo o Ministério da Saúde, são significativos os avanços que a ciência e a tecnologia trouxeram para o combate ao HIV. Conhecer a sorologia positiva de forma precoce aumenta muito a expectativa e a qualidade de vida de uma pessoa que vive com o vírus. O tratamento antirretroviral é garantido para todos, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), mas mesmo assim, entre 2011 e 2021, mais de 52 mil jovens de 15 a 24 anos com HIV evoluíram para a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids).

Sabemos que o diagnóstico laboratorial é fundamental para o controle da doença. Os testes rápidos vêm sendo cada vez mais utilizados para o diagnóstico da infecção, porque apresentam desempenho semelhante aos outros testes sorológicos para detecção de anticorpos anti-HIV, com as vantagens de apresentarem resultado em no máximo 30 minutos, podem ser lidos a olho nu e não necessitam de equipamentos especiais para sua execução, e somente profissionais de saúde treinados devem realizar o teste.

Doutor Richard Gaigher Portier, Médico Infectologista, que trabalha em Curitiba, estado do Paraná

ENTREVISTA COM: Doutor Richard Gaigher Portier, Médico Infectologista, que trabalha em Curitiba, estado do Paraná.

O que é a Aids e como atua no organismo?

O vírus HIV é uma infecção sexualmente transmissível que pode causar uma síndrome que nós chamamos de Aids, que é a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Como que isso acontece? O vírus HIV para conseguir se multiplicar dentro do nosso corpo ele utiliza uma das nossas células de defesa, que é a célula linfócito CD4. Essa célula, então, começa a ser destruída e a pessoa então depois de 7 a 10 anos ela vai desenvolver a Aids que é quando ela está com o sistema imunológico comprometido e ela não consegue mais se defender contra outras infecções que nós chamamos de doenças oportunistas.

Como é feito o tratamento da Aids?

Hoje, nós utilizamos antirretrovirais. O que é isso? O vírus HIV é um RNA Vírus. É um retrovírus. Então, nós utilizamos medicamentos antirretrovirais que nós chamamos de antirretrovirais. Hoje, essa terapia nós chamamos de terapia antirretroviral altamente eficaz e é composta por três antirretrovirais que a pessoa toma todos os dias no mesmo horário para conseguir controlar a infecção causada pelo vírus HIV.

E se o teste for positivo para o HIV durante a gestação, o que deve ser feito para proteger a mãe e o bebê?

Então, a mãe inicia imediatamente a terapia antirretroviral altamente eficaz porque ela retirando o vírus do sangue dela através dessa terapia diminui e muito a probabilidade dela transmitir o vírus HIV para o bebê. Então, o mais importante de tudo, após o diagnóstico, é iniciar a terapia antirretroviral o mais cedo possível.

Tem alguma descoberta atual sobre a Aids que o senhor gostaria de destacar?

Tenho sim. É algo que a gente descobriu recentemente e que tem relação com a transmissibilidade. Então, quando a pessoa que vive com HIV está com a carga viral indetectável, ou seja, ela já não tem mais o vírus HIV no sangue dela por causa do tratamento. E enquanto ela mantiver está carga viral indetectável, ou seja, ela se manter sem o vírus HIV no sangue, ela não transmite o vírus HIV tanto por via sexual, como de mãe para filho. Então, é muito importante nós fazermos o diagnóstico das pessoas que vivem com HIV e iniciar o tratamento o quanto antes. Por quê? Porque é desta forma que nós evitamos que ela desenvolva a Aids, que é a doença causada pelo vírus HIV e que ela também transmita para outras pessoas.

Leia a entrevista na íntegra

1679 - 27/11/2023 - Dia Mundial de Luta contra a AIDS (.PDF)