Líder em visita domiciliar à gestante
O Brasil está entre os países que mais reduziram a mortalidade infantil nos últimos vinte anos. Neste mesmo período conseguiu uma redução de 50% da taxa da mortalidade materna, mas ainda assim está longe de atingir a meta do milênio. O trabalho dos milhares de líderes voluntários da Pastoral da Criança, contribuiu significativamente para estes resultados.
Quando acompanha a gestante desdes os primeiros meses da gravidez, o líder pode ajudar a mãe e o bebê a terem melhores condições de saúde. Com carinho, os líderes ajudam as gestantes a terem mais segurança neste momento importante da sua vida.
O trabalho de orientação às gestantes feito pela Pastoral da Criança foi essencial para a tranquilidade de Paola Francini da Rocha Antunes, 21 anos. Mãe de duas crianças, de seis e um ano e quatro meses de idade, ela conta que a primeira gravidez aconteceu quando ainda estava com 14 anos. "Foi um choque. Todo mundo falava que como eu era muito nova, o bebê não sobreviveria. Fiquei muito assustada", recorda.
Com as visitas dos líderes da Pastoral da Criança e feitas as consultas do pré-natal, Paola entendeu a importância de cuidar da sua própria saúde; aprendeu sobre nutrição infantil, amamentação e como prevenir doenças infantis mais comuns, como a diarreia e desnutrição.
Líder voluntária da Pastoral há sete anos, Helena Mantovani Balieiro afirma que a falta de informação e a resistência em fazer o acompanhamento da gestação por meio do pré-natal é mais comum entre as gestantes mais novas. "Elas têm vergonha da gravidez. O mesmo acontece com as mais velhas, algumas evitam até de sair na rua para não mostrar a barriga para os vizinhos", afirma Helena.
Orientações sobre as consultas do pré-natal, os sinais de perigo na gestação e os cuidados para ter uma gravidez tranquila, fazem parte da visita que o líder faz mensalmente à gestante. Estudos científicos mostram que os cuidados da gestante, durante a gestação e nos primeiros dois anos de vida da criança (primeiros mil dias), têm influência direta nas condições de saúde da pessoa na vida adulta.
Umas das ferramentas utilizadas para o acompanhamento, que a Pastoral da Criança faz com as gestantes, são as cartelas Laços de Amor. "Nós visitamos essas mães uma vez por mês para falar sobre o que está acontecendo com elas e o desenvolvimento do bebê", comentou Helena. Foi exatamente esse trabalho de informação que tranquilizou Paola durante sua primeira gestação.
"Foi muito bom. Me tranquilizou saber o que estava acontecendo", explicou Paola. Ela ajuda na Pastoral da Criança e chegou a ser líder comunitária. Sua filha mais velha já está com seis anos e não é mais acompanhada pela pastoral, mas o filho mais novo, continua tendo seu desenvolvimento acompanhado, participando do Dia da Celebração da Vida com outras crianças da comunidade
"Eu aprendi muita coisa importante com a Pastoral e hoje passo adiante o que eu sei", finaliza Paola.
O que o líder da Pastoral da Criança pode fazer:
Papa Francisco
"Onde virmos ódio e escuridão, procuremos levar um pouco de amor e de esperança, para dar uma face mais humana à sociedade.”
A morte materna é uma tragédia famíliar, uma vez que a morte da mãe priva a criança da amamentação e do carinho materno, aumentando a mortalidade infantil e a incidência de desnutrição, pois as mulheres cuidam, nutrem e ensinam seus filhos pequenos, além de dar amor nesse período frágil da vida.
Nós, da Pastoral da Criança, devemos também fazer nossa parte, nas visitas domiciliares à gestante, sempre orientar sobre a importância do pré natal, dos exames, sobre os direitos e deveres da gestante e, quando acontecer um óbito materno, relatar na terceira parte do caderno e na FABS.
Outra ação importante do líder neste momento consiste em dar consolo a quem está sofrendo em decorrência de uma morte materna. A dificuldade de enfrentar o luto é um fator que provoca transtornos psicológicos, mas, temos que lembrar que a presença solidária é muito importante e até mesmo diferencial em todas as situações que vivemos, especialmente no luto, Sentir e vivenciar este processo doloroso é essencial para este momento de superação, ou seja, lembrar o que foi bom, não se culpar ou culpar a criança, viver esta dor partilhando com alguém, sem medo de chorar e colocar para fora o que sente e, desta forma, poder superar este momento difícil da vida.