Cerca de 150 mil crianças e oito mil gestantes são acompanhadas por 15 mil líderes e 12 mil apoios da Pastoral da Criança no estado de São Paulo. Mas ainda falta um longo caminho a ser percorrido, já que existem 980 mil crianças pobres na região. Para avançar, é preciso unir ação, oração e a leitura e prática do evangelho. Essa foi uma das mensagens deixada pelo encontro da coordenação do estado de São Paulo da Pastoral da Criança com os coordenadores de setores, ocorrido na capital paulista em setembro.

 


Na ocasião, as 46 dioceses apresentaram as ações que a Pastoral da Criança vem desenvolvendo no estado. Já o coordenador estadual José de Anchieta prestou contas de sua gestão. Os coordenadores dos setores também foram orientados sobre a prestação e receberam diversas formações.

“Temos que olhar o resultado aqui e ver onde queremos chegar. Fazemos um trabalho diferenciado. A nossa missão é a mesma de Jesus, fazer com que todas as crianças tenham vida em abundância”, explica Anchieta.

O encontro contou com a presença de Dom Gorgônio Alves da Encarnação Neto, bispo de Itapetininga/SP e assessor da Pastoral da Criança no estado de São Paulo. Durante a homilia, o bispo lembrou que Dra. Zilda Arns deixou a cada um de nós uma missão.

“Sejamos cada vez mais motivados para essa missão  tão importante.  Deus chamou vocês e não podemos nos esquivar quando Ele nos chama. É uma satisfação ter a alegria de realizar  esta missão, como instrumento do amor de Deus para o bem das pessoas. Que as crianças sejam cuidadas, valorizadas e cresçam realmente com dignidade”, afirmou Dom Gorgônio.

Para alimentar a missão, também foi realizada uma palestra por padre Alfredinho, assessor da CNBB para as Pastorais Sociais. Um dos aspectos destacados foi o de que não deve haver divisas entre as pastorais e é preciso ter abertura para o trabalho conjunto.

“Por que a obra da Dra. Zilda não morreu? Porque havia um exército no Brasil trabalhando. Agora quando a obra é personalista tende a morrer com a pessoa. A obra é de Deus, não nossa. Somos instrumentos”, destacou pe. Alfredinho.

O padre ainda explicou que as Pastorais Sociais vão aonde ninguém vai: presídios, assentamentos, cortiços e favelas. É a presença junto aos mais pobres, e essa opção pelos pobres é intrínseca ao evangelho. Assim as Pastorais Sociais tentam salvar vidas e manter o povo organizado.

“Evangelizar é buscar mudanças na sociedade. A mudança não se dá com o espetáculo, é semente que amadurece lentamente na terra. Mudança é fruto de pequenos gestos: uma visita, um olhar, um sorriso, uma palavra. Um projeto tem que crescer para baixo, buscar as aspirações e o sofrimento do povo, com raízes na terra”, conclui pe. Alfredinho.

Durante o encontro, também foram apresentadas as ações complementares da Pastoral da Criança: Brinquedos e brincadeiras, políticas públicas, saúde bucal, formação contínua, hortas caseiras e comunicação popular.

Texto de Cristiane Reimberg – assessora de comunicação da Pastoral da Criança/SP

Fotos: Cristiane Reimberg e Maria Peres