Todo primeiro sábado do mês, mães e crianças do jardim Eucaliptus se reúnem no Salão da Comunidade São Leonardo. O motivo é a Celebração da Vida, ação da Pastoral da Criança e que consiste na pesagem das crianças, distribuição de lanche e entrevista das mães para o levantamento da condição de saúde de cada criança. Ao todo, 176 crianças cadastradas no bairro.
A principal atividade da Pastoral da Criança no bairro é combater a desnutrição, orientar para a amamentação e para a saúde das crianças. O acompanhamento é feito através de visitas nas casas e cada criança tem uma ficha individual de desenvolvimento em que são anotadas todas as intercorrências do mês.
Este acompanhamento é realizado por moradoras voluntárias da pastoral. Rita Aparecida de Oliveira, moradora do bairro há 20 anos, está na pastoral há mais de uma década e há quatro anos é a líder da comunidade responsável pela realização da pesagem junto com outros e voluntários.
Rita explica que a pastoral tem um bom relacionamento com o posto de saúde do bairro, inclusive, os pediatras indicam a multimistura, um composto de sementes de legumes e folhas trituradas que pode ser adicionado aos alimentos para melhorar a qualidade nutritiva.
Quando uma criança fica doente a orientação é procurar o posto de saúde e, se o problema não for resolvido, a pastoral interfere. Esta interferência ocorre quando a mãe não consegue atendimento adequado no posto de saúde e, neste caso, uma assistente social ligada à pastoral apura o que ocorreu e resolve da melhor forma possível.
Um exemplo de interferência foi quando uma criança precisava de atendimento fonoaudiológico e no posto a mãe recebeu a informação que só conseguiria atendimento após oito meses de espera e a assistente social conseguiu esse atendimento num prazo de 15 dias.
Odontopediatras da Universidade Estadual de Londrina (UEL) também abraçam a causa, orientando mães e filhos sobre saúde bucal através de palestras e apresentação de teatro, além de doar escovas e cremes dentais.
A voluntária Tereza Ramalho Alcântara, moradora no bairro há 13 anos, conta um pouco da sua experiência na pastoral. "A experiência é boa, além da pastoral eu trabalho com crianças numa escola e tem muita criança precisando além da sopa, de amor e carinho. Às vezes as mães não têm noção, são mães novas, jovens demais. Elas vem aqui e a gente orienta", afirma.
Rita afirma que existe uma colaboração da comunidade nas doações, principalmente, de alimentos, mas há falta de líderes para fazer o trabalho de acompanhamento das crianças. Segundo Rita, muitas pessoas se dispõem a ajudar, mas a falta de escolaridade impede que essas pessoas possam atuar de forma mais intensa. Essa é uma das principais dificuldades da pastoral para executar o trabalho junto às pessoas mais carentes no bairro.
EDIÇÃO VANUZA FERNANDES, 3º SEMESTRE MATUTINO