Validar o que a criança sente não é “passar a mão na cabeça”. É um gesto educativo que sustenta o desenvolvimento emocional. A psicóloga Heloisa Baggio, da equipe técnica da Pastoral da Criança, explica que validar é reconhecer o sentimento, o que ajuda a criança a desenvolver a inteligência emocional. "Ao nomear o sentimento e acolher a criança, o adulto ensina a identificar emoções e oferece um caminho para regulá-las", diz.

A importância é direta para o desenvolvimento. Nas palavras de Heloisa: “Validar o sentimento da criança a ajuda a se desenvolver emocionalmente, aprendendo a se expressar”. Esse processo “fortalece o vínculo entre ela e seus responsáveis, gerando confiança e a sensação de ser compreendida”. A psicóloga explica ainda que desenvolver a inteligência emocional “ajuda a criança no desenvolvimento da sua autoimagem, autoestima, a respeitar o sentimento das outras pessoas e, principalmente, a saber que deve ser respeitada e a aprender a impor limites, passando a se valorizar e se respeitar”, conclui.

A importância da validação das emoções da criança é reforçada pela psicóloga Dorileia Ferreira da Silva Mesquita, entrevistada do Programa Viva a Vida desta semana, que abordou o tema saúde mental da criança. Ela destaca: “Manter boa comunicação, conversando sobre sentimentos, favorece que, nesse ambiente seguro, a criança se sinta à vontade para falar e expressar emoções, preparando-a para lidar com desafios”.

Como validar o sentimento da criança (na prática)

  • Acolha primeiro. Esteja presente e ofereça conforto: “Estou aqui com você. Quer um abraço?”
  • Dê nome à emoção. Ajude a identificar: “Parece que você está com raiva/triste/com medo; não é errado sentir isso.”
  • Separe sentimento de comportamento. “Sentir raiva é normal; quebrar coisas não é legal.”
  • Ajude a contar a história. Depois de acalmar, pergunte: “O que aconteceu antes de você chorar?”
  • Combine alternativas. Algumas ideias: respiração profunda, apertar uma almofada, pedir ajuda, cantinho da calma.
  • Reforce segurança e limites. “Vamos resolver juntos.” Retome as regras sem humilhar.
  • Valorize progressos. Elogie quando ela nomear o que sente ou conseguir se acalmar.
  • Quando buscar apoio. Se os sinais persistirem por semanas, prejudicarem a escola ou a convivência ou houver risco, procure a Atenção Básica, o Caps, a rede Cras/Creas ou atendimento particular.

Ouça o Programa Viva a Vida e leia a entrevista completa

Para aprofundar o tema Saúde Mental da Criança, acesse o conteúdo completo: além da validação das emoções, a entrevista aborda sinais de alerta, o que é o estresse tóxico, rotina, brincadeiras e limites digitais, e orienta quando e onde buscar apoio. Ouça o Programa Viva a Vida ou leia a entrevista na íntegra no site da Pastoral da Criança.

acessar o conteúdo