O dia 12 de janeiro está marcado para sempre como a data de uma das maiores tragédias recentes da humanidade – o terremoto de magnitude 7,0 no Haiti, que vitimou entre 220 mil e 300 mil pessoas há 15 anos, em 2010.

Entre as vítimas da catástrofe está a médica sanitarista e pediatra Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa. Dra. Zilda estava em Porto Príncipe, capital do Haiti, em missão humanitária, participando da fundação da Pastoral da Criança no país. No momento dos tremores, ela proferia uma palestra para religiosos, na qual falou sobre como salvar vidas com medidas simples, educativas e preventivas.

15 anos após sua morte, a Pastoral da Criança mantém o legado de trabalho visando não apenas a redução da mortalidade infantil e a desnutrição, mas também a promoção da paz nas famílias e comunidades, através da solidariedade e da partilha do saber. Em todo o Brasil, 200 mil crianças são acompanhadas pela instituição.

No site da Pastoral da Criança, uma seção especial relembra a trajetória de Zilda Arns com textos, fotos, vídeos e áudios, além de depoimentos de quem conviveu com a médica. Em Curitiba, o Museu da Vida montou um memorial em sua homenagem.

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Biografia

Zilda Arns Neumann nasceu em Forquilhinha (SC) em 25 de agosto de 1934. Morou em Curitiba (PR) e foi mãe de cinco filhos e avó de dez netos. Escolheu a medicina como profissão e atuou na saúde pública.

Em 1983, a pedido da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dra. Zilda Arns criou a Pastoral da Criança, juntamente com Dom Geraldo Majela Agnello, então Arcebispo de Londrina (PR). O projeto-piloto foi em Florestópolis, no Paraná, cidade que na época tinha alto índice de mortalidade infantil: 127 mortes para cada mil nascidos vivos.

Foi então que desenvolveu a metodologia comunitária de multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais pobres, baseando-se no milagre da multiplicação dos dois peixes e cinco pães que saciaram cinco mil pessoas, como narra o Evangelho de São João (Jo 6, 1-15). A educação das mães por líderes comunitários capacitados revelou-se a melhor forma de combater a maior parte das doenças facilmente preveníveis.

Pelo seu trabalho na área social, Dra. Zilda Arns recebeu diversas condecorações internacionais e foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Em 2021, seu nome foi inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.