Uma das metas da Pastoral da Criança para 2010, em todo o Brasil, é ampliar o número de líderes e para isso a PC vai implementar projetos de comunicação popular na periferia. Algumas experiências já foram realizadas no ano passado no Rio Grande do Norte, Bahia, São Paulo, e no Pará, na cidade de Marituba, região metropolitana de Belém.


“A gente quer suscitar nos jovens um trabalho como comunicadores para eles atuarem na pastoral da criança unindo a prática do jornalismo popular e comunitário com técnicas e dinâmicas de teatro bíblico, jornal mural e produção de notícias pelos próprios jovens que moram nas periferias da cidade”, explica irmã Núbia Silva, da coordenação nacional da Pastoral da Criança e organizadora do projeto.


De acordo com irmã Núbia os jovens são capacitados com técnicas de jornalismo e acabam tornando-se multiplicadores das ações da Pastoral da Criança divulgando notícias em rádios comunitárias, jornais, boletins e também na internet abastecendo site e grupos de troca de informações.

“As experiências têm dado certo. Chegamos aonde quase ninguém vai: nas periferias, em realidades bem difíceis como Marituba, aonde fomos na comunidade São Pedro, que é a periferia da periferia. Lá os meninos estão divulgando ações da pastoral da criança como dados sobre acompanhamento e o resultado disso é que as próprias gestantes que não são cadastradas acabam conhecendo o trabalho da PC, através dos jovens, e se inscrevem na PC”, diz irmã Núbia.

Os jovens que fazem parte do projeto não são capacitados no Guia do Líder (manual usado na formação dos líderes da PC), mas acabam estudando o material para produzir informações e chegam a se tornar líderes da Pastoral.

Hoje a Pastoral da Criança atende, no Brasil, 1,610 milhão de crianças e aproximadamente 1, 271 milhões de famílias que são acompanhadas todos os meses pela pastoral. O trabalho é realizado com o apoio de 237.757 mil voluntários.

Em Marituba dez jovens já foram capacitados. No grupo há uma história singular da jovem Raiany Morais Arruda. Ela foi acompanhada pela PC desde os dois anos de idade. Hoje, aos doze anos, é líder mirim e organiza o trabalho de adolescentes de 15 a 16 anos na produção de informativos na comunidade e nas visitas às famílias. “As mães vão atrás dela e ficam surpresas com o trabalho”, lembra irmã Núbia que está escrevendo sobre a história de Raiany.
 

A idéia da PC é que ao longo de 2010 outras comunidades da periferia recebam o projeto de comunicação popular.


A iniciativa foi apresentada durante o 6º Encontro Regional da Pastoral da Criança que aconteceu de 17 a 22 de maio, na sede da CNBB Norte 2, em Belém.


“Toda a idéia surgiu através da coordenação nacional. Já trabalhávamos a questão da comunicação popular com material em rádios, assessoria de imprensa popular, e a PC entendeu que os jovens, que estão na periferia, podem usar sua criatividade e dinâmica dentro da pastoral”.


Além de Irmã Núbia, outros cinco jornalistas participam do projeto. Ela é missionária capuchinha, com 22 anos de congregação, jornalista formada pela Universidade Federal do Maranhão e atualmente faz mestrado na área de produção de sentidos. “Sempre trabalhei nas favelas, periferias, com indígenas. Sou apaixonada pelos pobres, sou apaixonada pelo reino de Deus, e procuro fazer jus ao meu carisma franciscano de amor aos pobres”.

 

Colaboração: Vladiana Alves