Este ano o 6º Encontro Regional da Pastoral da Criança realizado em Belém recebeu cinco coordenadoras da PC na Colômbia.   "Elas vieram para conhecer melhor as ações aqui no Brasil e articular alguma nova ação em Bogotá. Além disso, a presença das colombianas fortalece nossos laços com países vizinhos", explica irmã Veneranda Alencar, coordenadora da PC no Pará. 

 

"Temos boas líderes, bom material para campanhas, mas nosso maior desafio é a pobreza do local. Em algumas comunidades o sistema de tranportes é precário, faltam recursos para levar nosso trabalho a todos", explica irmã Cecília. Ela lembra que há convênios com o governo local e com o Instituto Colombiano de Bem Estar das Famílias, mas não é suficiente.  


"Estimamos que existam 5 milhões de crianças menores de 6 anos na Colômbia. O Instituto atende 2 milhões e nós mais 18 mil, então ficam de fora cerca de três milhões de crianças que não são acompanhadas. Este ano houve melhora significativa com campanhas de aleitamento materno exclusivo e prevenção de casos de diarréia", explica irmã Cecília. A religiosa destaca que grande parte das famílias sobrevivem do mercado informal na Colômbia e que muitas delas estão desalojadas por conta da guerrilha que assola o país. "Isso prejudica muito nosso trabalho no acompanhamento das crianças e das famílias. Nossa ação chega também as crianças orfãs. Mas, ainda faltam recursos para capacitar mais líderes e chegar a todos os pobres", diz a coordenadora colombiana.

Alimentação - Entre os projetos da PC para 2010 está o investimento maior em hortas caseiras. No Pará a experiência já é realidade em comunidades da região Santana, no  bairro do Guamá, periferia de Belém. "Foi o primeiro grupo pastoral a ser treinado. Mas, vamos levar trabalho a outras dioceses. Antes nosso trabalho era específico com alimentação enriquecida com multimistura, agora vamos trabalhar com alimentação saudável estimulando que as famílias mantenham hortas caseiras mesmo que muitas nem tenham mais quintal, mas em qualquer cantinho é possível fazer horta, seja num pequeno espaço de um quintal, ou no vaso da sala", diz irmã Veneranda, lembrando que a PC está preocupada com a má alimentação da maioria da população.

"Sabemos que nos alimentamos mal e precisamos combater doenças. Essa ação de estimular hortas em casa existe há três anos e vamos intensificar a sensibilzação", afirma a coordenadora.

Para estimular ainda mais esse trabalho a PC precisa contar com o apoio de mais líderes voluntários. De acordo com irmã Veneranda há preocupação com a baixa de 7% no número de líderes no ano passado. "A PC tem evasão em todo o Brasil de 20% dos líderes ao ano. No Pará o número também diminui nesse esse ritmo", diz.

Fonte:CNBB 2
Foto: Igor Mota