O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) realizou na tarde desta quarta-feira (3) uma homenagem à médica sanitarista e ex-conselheira Zilda Arns, que foi uma das vítimas do terremoto que atingiu o Haiti em janeiro - ela fez parte do Consea de 2003 a 2007. 


Logo pela manhã, os participantes da XV Reunião Plenária do Conselho fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas do terremoto, em especial à ex-conselheira. Com a homenagem à ex-conselheira, o Consea também celebrou o Dia Internacional da Mulher, que acontece segunda-feira, dia 8 de março.


Na parte da tarde, uma emocionante apresentação, que intercalava frases e imagens de D. Zilda em atividade no conselho, levou conselheiros e conselheiras às lágrimas. Uma das mais emocionadas era a conselheira Aldenora Pereira, que conviveu de perto com a missionária e trabalharam juntas por 17 anos na Pastoral da Criança.

"Ela pautou toda a sua vida por um amor incondicional ao próximo", disse Aldenora, entre soluços e lágrimas. "Tinha sede e fome de justiça, nunca ficou alheia à fome e à miséria, ao contrário, doou sua vida por essas causas. Sua arte era articular esforços, somar esforços. Por isso eu digo, minha querida, muito obrigado por tudo que você fez", concluiu, com a voz embargada, sendo aplaudida de pé por todos os presentes.

Já o senador Flávio Arns (PSDB-PR), sobrinho de D. Zilda, agradeceu a todas as mensagens de apoio e solidariedade recebidas, e disse que, em vez de tristeza, o sentimento a ser nutrido daqui por diante deve ser o da esperança. "Ela está aqui no meio de nós a nos pedir que continuemos a caminhada", disse.

"O maior legado que ela deixou foi de que nós devemos caminhar juntos, trabalharmos juntos, lutarmos juntos", ele disse. "Um belo exemplo de alguém que morreu em missão, como uma verdadeira missionária, fazendo aquilo que mais amava na vida, que era ajudar ao próximo, e é isso nos conforta, é isso que alimenta a nossa alma", concluiu.  

A sessão em homenagem à ex-conselheira contou com a presença de diversos integrantes da Pastoral da Criança e de duas paróquias do Distrito Federal. Eles distribuíram aos presentes um material que trazia impressas as últimas palavras da missionária, o parágrafo final da última palestra, proferida no mesmo dia da tragédia em Porto Príncipe.

Disse ela naquele dia: "Como os pássaros que cuidam de seus filhos, ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe dos predadores, das ameaças e dos perigos, e mais perto de Deus, devemos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-los".  

Fonte: Assessoria de Comunicação do Consea

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