Querido povo de Deus de nossa Diocese de Chapecó! O Papa Francisco convocou toda a Igreja a percorrer um caminho. Esse caminho é o Sínodo, que tem como tema: “Por uma Igreja Sinodal, Comunhão, Participação e Missão”. Para o Papa, “o caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”.

A palavra Sínodo, em sua tradução, significa “caminhar juntos”. Aqui gostaria de fazer três provocações: que nos esforcemos para entender a proposta sinodal do Papa Francisco; que possamos envolver todas as forças vivas de nossa Igreja e fora dela; e que possamos continuar fazendo de nossa Diocese cada vez mais sinal de uma Igreja que caminha junto.

Entendendo a proposta sinodal

Desde muito tempo a Igreja buscou alimentar o desejo de ser sinodal. Com o Concílio Vaticano II foram dados passos muito firmes nesta proposta. Isso requereu esforço constante e conversão diária. Meu convite é para que possamos entender bem a proposta sinodal do Papa Francisco e nos formar para isso. Antes, porém, essa proposta deve estar no nosso coração. É no coração que deve morar o desejo primeiro de todo este trabalho.

A Comissão para o processo sinodal em nossa Diocese tem feito um esforço bem grande para que essa proposta seja vivida. Por isso, procurou facilitar o acesso e elaborar materiais que facilitem todo o trabalho nas paróquias. Cabe, portanto, nos envolver com entusiasmo, fazendo deste processo um caminho de maior participação.

Envolver as forças vivas no processo sinodal

O objetivo da fase diocesana é consultar o Povo de Deus para que o processo sinodal seja realmente vivido através da escuta.

Em nossa Diocese, peço com carinho que se tenha um cuidado especial para envolver todas as forças vivas, mas, de modo especial, que não fiquem de fora: deficientes, migrantes, idosos, jovens, crianças, pessoas que vivem na pobreza, os que estão à margem da Igreja, católicos que raramente ou nunca praticam a sua fé, etc. Ninguém deve ser excluído de partilhar a sua experiência, na medida em que querem ajudar a Igreja no seu caminhar.

Que possamos ser cada vez mais sinal do Reino de Deus presente nessas realidades e colhermos dessa mesma realidade elementos que qualifiquem nossa ação pastoral.

Nossa Diocese como porção do povo de Deus que sempre desejou caminhar junto

Para que todo esse processo sinodal seja possível de ser feito e vivido é necessário termos o espírito aberto, capaz de arriscar o diferente, participando, nos envolvendo e envolvendo cada um e cada uma a também fazer parte deste caminhar. Sabemos, claro, que contamos com a graça de Deus, do Seu Espírito, que nunca nos abandonou. Portanto, olhar para o passado com gratidão, com entusiasmo, agradecendo e bendizendo a Ele por cada mão e por cada pé que até hoje tocou e caminhou para que nossa Igreja pudesse ser Comunhão, Participação e Missão.

Agora é hora de avançarmos mais, caminharmos mais, arriscarmos mais. E com a mesma ousadia que tiveram tantas pessoas no passado, renovar nosso pedido a Deus, para que nos dê o dinamismo necessário para bem continuarmos o processo de evangelização, capaz de fazer de nossa Diocese cada vez mais uma porção do povo de Deus que sempre caminhou e deseja continuar caminhando juntos e juntas.

A sinodalidade não cai pronta do céu. Exige o nosso envolvimento e a busca constante para sempre e a cada dia aprendermos a caminhar juntos. É o desejo pessoal que se mistura com o desejo coletivo, onde cada um tem vez e voz, ouve e é ouvido, onde cada pessoa é importante e não sobressaem uns sobre os outros. Que Nossa Senhora Aparecida e Santo Antônio nos ajudem a fazer esse “caminhar juntos” frente aos desafios internos e externos de nossa Igreja. Boa caminhada sinodal!

Dom Odelir José Magri
Bispo da Diocese de Chapecó