No Evangelho deste domingo, narrado por Lucas, Jesus nos apresenta duas tarefas muito difíceis de realizar. Jesus fala de um cego que tem a ousadia, ou a arrogância, de querer conduzir outro cego. E fala também de um homem que tem uma trave nos próprios olhos e quer tirar um cisco dos olhos do outro. Por que será que esses dois personagens querem fazer isso? Pela falta de capacidade de reconhecer a própria limitação. É uma maneira de não olhar para si mesmo. É um mecanismo de defesa. O problema é sempre o outro. Não quero olhar para o problema que está dentro de mim então aponto para os defeitos dos outros.
Vivemos em uma sociedade que sempre busca um culpado e isto aprendemos desde criança: para cada problema ou situação que surge colocamos a culpa no outro, na sociedade, na esposa, no marido, nos filhos, na crise e por aí vai. São hábitos que criamos. Sabemos que existem dois tipos de hábitos: um hábito que limita, que impede que a gente cresça e outro que potencializa o nosso desenvolvimento. É sempre mais fácil achar que a culpa é sempre do outro, mas reconhecer os próprios erros, a própria parcela de culpa, é sinal de maturidade emocional e de inteligência.