A luta continua com mais compromisso e esperança', diz coordenadora da Pastoral da Criança em Alagoas, Sra. Maria do Amparo Torres.
Mais de um mês depois da morte de Zilda Arns, ocorrida durante o terremoto no Haiti no dia 12 de janeiro, apesar da tristeza, os trabalhos continuam na coordenação da Pastoral da Criança em Alagoas. Mesmo ainda abalados com a morte da fundadora da instituição, ligada à Igreja Católica, as lideranças no estado dizem que a maior homenagem que podem fazer à médica morta no Haiti é continuar realizando o trabalho iniciado por ela há 26 anos no estado do Paraná.
“Mesmo com a tristeza pela morte e a saudade, nós percebemos um despertar e renovação do sentimento de solidariedade. Temos que dar continuidade ao trabalho que ela começou e desenvolvia tão brilhantemente com muito amor e dedicação incondicionais. Ela será sempre o nosso grande exemplo e o nosso maior incentivo para seguirmos sempre em frente”, disse Maria do Amparo Torres, coordenadora da Pastoral da Criança em Alagoas.
Em relação à rotina de trabalho, Amparo afirma que nada mudou depois da morte de Zilda Arns, apenas a coordenação internacional que passou a ser exercida pelo filho da fundadora da Pastoral, Nelson Arns. Segundo Amparo, ela e as outras três mil lideranças na Pastoral da Criança em Alagoas encararam a perda de Zilda Arns não como uma morte, mas como uma forma de renovação.
“A luta continua com mais compromisso e esperança, mais fortalecida. Queremos continuar, nos fortalecer e ajudar mais famílias. A Doutora Zilda sempre dizia que quando as famílias cuidam das crianças está sendo disseminada uma cultura de paz, vida e esperança, e é isso que queremos continuar fazendo”, disse Amparo acrescentando que no dia 06 de março, na sede da Pastoral no bairro do Sanatório, será realizado um evento para homenagear Zilda Arns. O “Casa Aberta” acontece a partir das 6h30 e terá exposição de fotos e divulgação da obra da fundadora da Pastoral da Criança.
Atendimentos
Em Alagoas, a Pastoral, que já existe há 25 anos, acompanha 19 mil famílias e 26 mil crianças em 71 dos 102 municípios. Segundo Amparo, o trabalho é dividido em três etapas: atividades educativas, pesagem das crianças e reuniões para reflexão e avaliação do que foi feito e dos resultados obtidos. De acordo com ela, a intenção da Pastoral é ampliar o atendimento para mais cidades no estado, o que já está previsto para o planejamento de 2010.
“Queremos ter mais líderes e levar o trabalho para mais famílias, esperamos conseguir em breve. É um trabalho muito gratificante, a gente sai da dimensão individual e egoísta e passa para a dimensão humanitária. Quem acende a luz para uma criança é o primeiro a iluminar-se e quem ganha é toda a humanidade”, colocou Amparo que emociona-se ao lembrar a visita que Zilda Arns fez a Maceió no ano passado.
Fonte: Alagoas em Tempo Real Online – 23/02/2010 - Teresa Cristina