Em entrevista ao Jornal Zero Hora, a Coordenadora do Estado do RS fala da abrangência da Pastoral da Criança no estado e da necessidade de mais voluntários.
A sede da Pastoral da Criança no Estado cabe dentro de uma única sala, em uma residência do município de Três de Maio, no noroeste do Estado. Não se trata de um caso de precariedade de recursos, mas de filosofia.
– A dona Zilda dizia para nós que só ficava preocupada quando ligava para o telefone fixo e a coordenadora da pastoral atendia, porque lugar de coordenador não é em uma sala, mas nas comunidades – explica Inácia Perinazzo Cassol, 52 anos, coordenadora da pastoral no Rio Grande do Sul e moradora da casa de Três de Maio, cedida para evitar despesa com aluguel.
Voluntária desde 1997, quando se aposentou da função de professora na rede estadual, ela é responsável por comandar uma estrutura que vem conseguindo avançar. Dados ainda não consolidados apontam uma ampliação da presença da entidade no Estado, em comparação com o último balanço oficial, do terceiro trimestre de 2009. De lá para cá, o número de crianças atendidas aumentou de 56,8 mil para cerca de 62 mil. O de gestantes, de 3,2 mil para 4 mil. Apesar da melhora, Inácia reconhece que falta muito:
– Precisamos de mais voluntários.
A coordenadora minimiza o seu papel e afirma que a parte mais importante do trabalho é aquela feita pelas líderes comunitárias, mulheres que vivem nas próprias comunidades pobres e que se encarregam de visitar as famílias a cada mês. E graças a elas, acredita, que a mortalidade infantil das crianças atendidas é de 8 por mil no Rio Grande do Sul – contra 13,1 por mil na média geral.
Na tarde de sexta-feira, a Vila Liberdade, em Porto Alegre, testemunhou um exemplo do trabalho por trás dessa conquista. As líderes comunitárias Ema Beatriz das Graças Barbosa, 62 anos, e Elisiane Roch, 32 anos, realizaram a visita mensal a uma gestante e à família de uma criança. Coordenadora da pastoral na paróquia Santíssima Trindade, da Vila Farrapos, a aposentada Ema encontrou no trajeto um motivo para sentir-se orgulhosa: uma criança de seis meses que acompanha desde que estava na barriga da mãe, então uma gestante de 14 anos.
– Ela teve baixo peso, mas agora está bem – afirma Ema.
fonte: Zero Hora Online – 21/02/2010