Oficialmente, a Pastoral da Criança em Santa Catarina completa 25 anos em 2010. Mas a história dessa iniciativa que salvou a vida de milhares de crianças começou bem antes.


Hilda Arns, uma das irmãs de Zilda Arns, conta que sua mãe, Helena, ajudava mães de Forquilhinha, no Sul do Estado, no trato com os filhos. Era uma líder. Ensinava a segurar a criança, a amamentar e até a educar.


Helena e o marido, Gabriel Arns, uniram forças em um trabalho que mais tarde ajudou na pastoral. Ela, um exemplo de religiosidade. Ele, de organização e planejamento. A primeira reunião da pastoral em Forquilhinha reuniu 50 mulheres. Começou o recrutamento em um bairro pobre, outras se interessaram e assim cresceu o movimento.

– O ponto alto da Pastoral da Criança foi a construção da Casa Mãe Helena, que representa um grande avanço e facilitação do nosso trabalho. Foi planejado para as nossas missões – diz Hilda. Toda a filosofia da pastoral está no Centro de Treinamento Regional. Mais do que produzir a multimistura, é ali que se formam as líderes e coordenadoras comunitárias.

Elas difundem conhecimentos dos chás para cada necessidade, higienização, amamentação, cuidados na gestação e com os recém-nascidos e como interpretar as necessidades das crianças.

Lilian Arns Topanotti, sobrinha de Zilda Arns e coordenadora do centro de treinamento da Pastoral da Criança, considera que o desafio agora é não deixar reduzir o número de voluntários e seus atendimentos: – Hoje, as pessoas dispõem cada vez menos de tempo. Alguns líderes comunitários trabalham o dia todo e fazem suas visitas à noite ou no final de semana. Creio que a morte da tia sensibilizará as pessoas para espalhar a vida.

No que depender de Idair Minatto Warmling, 60 anos, a Nega, haverá sempre voluntários. Ela é responsável pela fabricação de multimistura na Pastoral da Criança em Forquilhinha há 25 anos. Participou do primeiro curso dado por Zilda, largou o emprego de costureira e dedica-se ao voluntariado.

– A multimistura é um milagre que eu me orgulho de ajudar a fabricar. Com ela criei meu filho e agora é a vez do meu neto. Só vou sair daqui quando morrer – diz Idair.

Fonte: Diário Catarinense – Reportagem Especial -17/01/2010 – Pág. 5