No dia 18 de maio, foram publicadas Diretrizes para o Tratamento Farmacológico da COVID-19 como consenso da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, da Sociedade Brasileira de Infectologia e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia: "Recomendação 1: Sugerimos não utilizar hidroxicloroquina ou cloroquina de rotina no tratamento da COVID-19".
A Sociedade Brasileira de Infectologia alerta que “os estudos clínicos atuais com cloroquina ou hidroxicloroquina, associada ou não à azitromicina, permitem concluir que tais medicamentos, até o presente momento, não mostraram eficácia no tratamento farmacológico de COVID-19 e não devem ser recomendados de rotina. Por outro lado, alguns estudos mostraram seu potencial malefício, podendo causar alteração cardiológica, verificada no eletrocardiograma (prolongamento do intervalo QT), que está associada a uma maior chance de arritmias ventriculares, potencialmente fatais”.
No dia 05 de junho, a Universidade de OXFORD publicou: "Nenhum benefício clínico do uso de hidroxicloroquina em pacientes hospitalizados com COVID-19". Trata-se de um estudo com 11.000 pacientes, de 175 hospitais do Reino Unido, em que uma parte dos pacientes recebeu a hidroxicloroquina e outra parte recebeu tratamento convencional, sem esta droga. Não houve diferença significativa na mortalidade, em efeitos benéficos na duração da internação hospitalar ou em outros resultados pesquisados.
"Esses dados excluem de forma convincente qualquer benefício significativo da mortalidade da hidroxicloroquina em pacientes hospitalizados com COVID-19" disse Peter Horby, Professor de Doenças Infecciosas Emergentes e Saúde Global do Departamento de Medicina de Nuffield, Universidade de Oxford, e pesquisador-chefe do estudo.
Para Martin Landray, Professor de Medicina e Epidemiologia no Departamento de Saúde da População de Nuffield, Universidade de Oxford, "esse resultado deve mudar a prática médica em todo o mundo e demonstra a importância de grandes estudos randomizados para informar as decisões sobre a eficácia e a segurança dos tratamentos".
Por isso é muito importante que você não tome estes medicamentos para enfrentar o coronavírus nem permita que seus amigos e parentes tomem, mesmo que estejam internados em hospital.
Mais informações também nos documentos abaixo.
Informe da Sociedade Brasileira de Infectologia sobre a Cloroquina para o Tratamento do COVID-19
Diretrizes para o Tratamento Farmacologico da COVID - 18 de maio de 2020
NOVAS REFERÊNCIAS
No clinical benefit from use of hydroxychloroquine in hospitalised patients with COVID-19
* este artigo foi atualizado excluindo a citação ao artigo que a revista LANCET despublicou e acrescentando novo estudo publicado.