A estimativa de que 50% dos hipertensos desconhecem que têm a doença mostra a importância de divulgar entre a população o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão, celebrado nesta terça-feira (26 de abril). A Sociedade Brasileira de Hipertensão estima ainda que apenas 25% das pessoas acometidas pela doença sigam o tratamento.
“É muito importante que as pessoas façam os exames regularmente, para descobrir se têm a doença ou não. Em geral, o hipertenso vai se adaptando ao aumento da pressão e só se dá conta quando cérebro, coração, rim, retina e circulação estão gravemente afetados”, alerta Regina Reinaldin, enfermeira da coordenação nacional da Pastoral da Criança.
A doença, que atinge 25% da população adulta, chegando a mais de 50% entre os que têm mais de 60 anos, e 5% das crianças e adolescentes, é responsável por causar ainda outras adversidades. 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal têm como causa a hipertensão. Entretanto, se a pressão arterial for cuidada adequadamente, consequências indesejadas podem ser evitadas.
Pressão alta em grávidas
Durante a gestação, a hipertensão é um assunto ainda mais grave, já que traz riscos para a mãe e para o bebê. Entre os perigos decorrentes da pressão alta estão a pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial acompanhada da eliminação de proteína pela urina) e a eclâmpsia (pressão muito elevada e com outros sintomas mais graves, como convulsão e inchaços). “Nesse estágio da doença, a vida da mãe e do bebê correm sérios riscos, inclusive de morte”, explica a enfermeira. Entre os fatores de risco para a mulher apresentar a pré-eclâmpsia estão a diabetes, obesidade, gravidez depois dos 35 anos e antes dos 18 anos, entre outros.
Leia uma entrevista sobre o assunto com a enfermeira da Pastoral da Criança, Regina Reinaldin
Inchaço nos pés, mãos e rosto e dor de cabeça são alguns dos sintomas da pré-eclâmpsia, a pressão alta gestacional. Há ainda os casos de mulheres que não apresentam sintoma nenhum, daí a importância em sempre medir a pressão e acompanhar qualquer alteração. A pressão alta durante a gestação pode prejudicar a criança, influenciando na nutrição, por exemplo, já que o bebê irá receber uma quantidade menor de sangue enquanto está na barriga em consequência da pressão da mãe.
As causas da hipertensão estão relacionadas a fatores genéticos, mas também a hábitos de vida pouco saudáveis, como alimentação com excesso de sal e industrializados, estresse e sedentarismo. “Praticar exercícios físicos, evitar alimentos muito gordurosos, frituras, doces e muito salgados, não fumar e evitar ingerir bebidas alcoólicas são medidas que ajudam a prevenir a hipertensão”, afirma Regina.
O impacto da grande quantidade de sódio da alimentação
O excesso de sódio, ingrediente presente especialmente no sal de cozinha, é um fator que pode levar uma pessoa a desenvolver a pressão alta (hipertensão arterial), problemas renais e problemas de coração (como arritmia e infarto). Outro problema é que o sódio está escondido em outros alimentos, como nos ultraprocessados. Por isso é importante ficar de olho nos rótulos dos alimentos, e preferir sempre os in natura e evitar ao máximo o consumo de alimentos “prontos”, como macarrão instantâneo, biscoitos e salgadinhos. Veja outras dicas neste link.