No dia 7 de abril de cada ano, é celebrado o Dia Mundial da Saúde. Em 2016, já se completam cinco anos de uma iniciativa que foi lançada nesta data. Trata-se da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, que “tem o objetivo de sensibilizar a população brasileira para os riscos que os agrotóxicos representam, e a partir daí tomar medidas para frear seu uso no Brasil”. E, neste ano, vem com o lema “Pelo fim dos agrotóxicos nas campanhas de saúde pública: a solução é o saneamento ambiental”.
A campanha reúne diversas organizações e apoiadores. Entre eles estão movimentos sociais e redes; escolas, universidades e instituições de pesquisa; movimentos sindicais e entidades de classe; ONGs, assessorias; associações e coperativas; movimento estudantil; e representantes do poder legislativo.
Juntos, eles atuam para compartilhar cada vez mais informação sobre os males comprovados causados pelo uso de agrotóxicos na produção de alimentos e incentivar a agroecologia, buscando um novo modelo de desenvolvimento agrário. “Por uma agricultura que valoriza a agroecologia ao invés dos agrotóxicos e transgênicos, que acredita no campesinato e não no agronegócio, que considera a vida mais importante do que o lucro das empresas”, explica o portal da campanha.
Reflexões práticas
Entre as discussões que estão em andamento, e que a Pastoral da Criança também vem acompanhando, está o uso de agrotóxicos no combate ao mosquito Aedes Aegypti. Pode-se destacar os seguintes tópicos:
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O uso de agrotóxicos no combate a vetores de doenças é feito no Brasil desde 1968, sem mostrar resultados na diminuição dos mosquitos nem das doenças, que só aumentam e se tornam mais letais;
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O agrotóxicos utilizados nas campanhas de saúde pública são os mesmos contra os quais a campanha enfrenta na agricultura, e são fabricados pelas mesmas empresas;
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Ainda que a relação dos agrotóxicos com a microcefalia não seja comprovada, há motivos de sobra para se preocupar com a exposição da população aos venenos como o Malathion, Fenitrothion ou Pyriproxyfen. Todos eles causam perigosos danos à saúde, sobretudo num contexto de exposição contínua por muitos anos. Os agentes de saúde que aplicam esses venenos são os mais prejudicados. A aplicação de larvicidas (agrotóxicos) na água de beber é um crime, e já existem projetos para permitir a pulverização aérea para controle do mosquito;
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É comprovado que os mosquitos adquirem sistematicamente resistência aos venenos, o que leva ao aumento da dose ou à introdução de novos venenos;
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Em relação ao controle das doenças, é fundamental que o foco seja na eliminação dos criadouros dos mosquitos, o que significa prover saneamento ambiental para a população: rede de esgoto, fornecimento regular de água, drenagem de águas pluviais e recolhimento de lixo.
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