Desde a tarde desta segunda-feira (16 de novembro), em uma das salas de eventos e nos corredores do Hotel Estação Express, no Centro de Curitiba (PR), é possível ver camisetas da Pastoral da Criança com estampas de diferentes regiões. Coordenadores estaduais, conselheiros, assessores e convidados estão reunidos para a Assembleia Geral 2015 – momento de apresentação dos resultados do ano, avaliação dos objetivos e decisões para o planejamento do trabalho para o período seguinte. As atividades acontecem até esta sexta-feira.
A manhã de hoje foi reservada para o fortalecimento da espiritualidade e reflexões sobre os desafios da missão de levar vida plena às crianças. Padre Pedro Hughes, irlandês que integrou durante quatro anos o Departamento de Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latinoamericano (Celam), contou um pouco de sua experiência como sacerdote missionário na periferia de Lima, capital do Peru, e falou sobre alguns princípios que acredita serem universais quando se fala de infância: amor, solidariedade, respeito e igualdade. “O amor é autêntico quando se põe em prática”, afirmou.
Pe. Pedro destacou o caráter de aprendizado que existe no dia a dia, pois um grande problema é a distância que muitas vezes existe entre a palavra escrita e a prática. “Não estamos no mundo apenas como indivíduos, mas neste trajeto de nos relacionarmos com os outros, criar vínculos, algo real”, disse. E completou: “A Igreja tem que ser mais importante e presente nas relações com as crianças. Não apenas com os pais”.
Ele também explanou sobre os direitos da criança, incluindo entre eles a família como lugar de proteção e harmonia; direito a um nome e sobrenome; de pertencer a uma nação; de ter alimentação e recreação saudáveis; e uma boa educação. Lembrou, ainda, do exemplo de Jesus, ao se aproximar dos pequeninos e excluídos. E concluiu questionando: “Como Pastoral da Criança, que mensagem temos para os políticos? E para os educadores? A partir da experiência com as famílias, vocês têm que ser profetas, líderes da transformação da sociedade”.
Pastoral da Criança terá novo coordenador nacional
Outro momento aguardado desta semana é a eleição dos membros do Conselho Diretor e a indicação da pessoa que assumirá a coordenação nacional da Pastoral da Criança pelos próximos quatro anos. Conforme consta no artigo 32 do Estatuto da Pastoral da Criança, “o coordenador nacional é indicado pelo Presidente do Conselho Diretor, ouvida a Coordenação Nacional, o Conselho Econômico, o Conselho Fiscal e a Assembleia Geral, devendo ser aprovado pela CNBB”. A deliberação sobre os nomes indicados pelos componetes da Assembleia está programada para a tarde desta quinta-feira. Vale ressaltar que, oficialmente, a nomeação só ocorre somente após a resposta da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Após 18 anos de instituição, Ir. Vera Lúcia Altoé encerra seu segundo mandato como coordenadora nacional, cargo que exerceu nos últimos oito anos. Ela ainda participa das atividades até o final do ano e se coloca à disposição da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição de Castres, conhecidas como Irmãs Azuis, para que possa continuar a exercer seu compromisso pessoal de trabalhar para a transformação da injustiças sociais e de levar esperança para todo tipo de comunidade.