A cada dia mais, a preocupação com as questões nutricionais passam dos discursos e eventos para a mesa do brasileiro. O lançamento da 2ª edição do Guia Alimentar para a População Brasileira, em 2014, trouxe uma série de dicas para uma alimentação adequada que estão pautando os principais espaços que discutem o assunto. Termos como in natura, processados e ultraprocessados têm sido vistos com mais frequência em notícias. Nesta sexta-feira (16 de outubro), Dia Mundial da Alimentação, o tema volta à pauta, mas dessa vez com um olhar sobre alimentação, agricultura e questões sociais. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgou recentemente o tema escolhido para 2015: “Proteção Social e Agricultura: quebrando o ciclo da pobreza rural”.
No Brasil, o governo federal e conselheiros de entidades da sociedade civil iniciaram as celebrações do Dia Mundial da Alimentação e do Ano Internacional do Solo ainda em setembro. O encontro, organizado pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e pela FAO, debateu temas como a superação da extrema pobreza e a convivência com a seca no país, e relacionou a importância da conservação do solo à conquista da soberania alimentar e à erradicação da fome. O Brasil, através de diversas ações ao longo dos últimos anos, conseguiu, em 2014, sair do mapa da fome.
Alimentação de peso
Mas se por um lado o país está conseguindo vencer a fome, por outro, o número de pessoas com sobrepeso tem crescido. O acesso facilitado a alimentos ultraprocessados – aqueles que são fabricados nas indústrias e são ricos em gorduras e açúcares, pobres em nutrientes, como bolachas recheadas, refrigerantes e sopas prontas – pode ser um dos motivos. Estes produtos, que costumam apresentar preços baixos e grande variedade, facilitam o acesso à maioria da população.
O resultado disso? Atualmente, o Brasil sofre com o aumento de peso de sua população. A última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que 56,9% das pessoas com mais de 18 anos estão com excesso de peso e 20,8% estão obesas. A obesidade aumenta o risco de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer. Juntas, as doenças crônicas são responsáveis por 72% dos óbitos no país.
Essas e outras temáticas, como o avanço dos transgênicos e agrotóxicos, farão parte da 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que será realizada em Brasília, de 3 a 6 de novembro. O lema do encontro é “Comida de verdade no campo e na cidade, por direitos e soberania alimentar”. A Pastoral da Criança estará lá representada e atuante, junto com as demais organizações que já trabalham com o tema da alimentação saudável em uma perspectiva mais ampla, integrada com as metas globais para melhorar a nutrição materna, dos bebês e das crianças.
Serviço
5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
Dias: 3 a 6 de novembro de 2015
Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília
Saiba mais: Rede Colaborativa em Segurança Alimentar e Nutricional