Uma redução de 35% no preço da tecnologia de diagnóstico precoce infantil para HIV foi anunciada pela Iniciativa de Acesso aos Diagnósticos do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), em parceria com a Roche Diagnostics no último dia 20. “Precisamos usar esse acordo para aumentar rapidamente os serviços de diagnóstico e tratamento para todas as crianças vivendo com HIV”, lembrou o diretor executivo do UNAIDS, Michel Sidebé.
O valor do teste cai para 9,40 dólares com o novo acordo. Segundo o chefe de operações da Roche Diagnostics, Roland Diggelmann, “aumentar o acesso para o diagnóstico infantil precoce permite uma contribuição de impacto para mães e filhos e contribui para alcançar os objetivos do UNAIDS de controlar e erradicar a epidemia de HIV/Aids”.
Anualmente, estima-se que 1,4 milhões de mulheres que vivem com HIV engravidam em todo o mundo. Se não forem tratadas, a chance de transmissão do vírus para seus filhos durante a gravidez, o parto ou a amamentação é de 15-45%. Entre 2009 e 2013, o número de crianças que nascem com o vírus caiu quase pela metade, passando de 400 mil para 240 mil, no mundo. Crianças que nascem com o vírus têm o sistema imunológico enfraquecido e podem sofrer com infecções bacterianas oportunistas no primeiro ano de vida.
Chance de vida normal
Quanto antes o vírus for descoberto, mais cedo a criança pode ser tratada. Isso afasta consideravelmente a possibilidade de morte, já que o auge da mortalidade de crianças que vivem com o vírus acontece entre a 6ª e a 8ª semana de vida. Por este motivo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que todas as crianças expostas ao HIV façam um exame de diagnóstico ainda nas primeiras semanas após o nascimento.
Em 2014, apenas 32% das crianças vivendo com HIV receberam terapia antirretroviral, se comparado a 41% dos adultos. O UNAIDS afirmou que sem saber o status de HIV da criança é impossível oferecer o tratamento que pode salvar sua vida. Sem tratamento, metade de todas as crianças nascidas com HIV morrem até os dois anos e a maioria até os cinco anos.
Cuidado na gestação
Toda gestante tem o direito de fazer o teste rápido de HIV e de sífilis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Se o exame acusar que a mãe é soropositiva, ela deve iniciar o tratamento a partir da 14ª semana de gravidez. Se o tratamento for feito de maneira correta, a possibilidade do bebê nascer sem o vírus é de mais de 99%. No dia 30 de junho, Cuba se tornou o primeiro país do mundo a receber a validação da OMS de eliminação da transmissão vertical – de mãe para filho – de HIV e sífilis.
Com informações da ONU Brasil