zilda dia da mulherNo dia que o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher, uma brasileira se destaca na luta por melhores condições de vida para crianças, gestantes e comunidades. Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, é um exemplo para todos.

 

Questionado sobre a importância de Zilda para a história do Brasil, o Cardeal Geraldo Majella Agnelo, lembrou de João Paulo II, quando ele afirma que não se pode compreender bem uma pessoa senão a partir de seu interior, “Dra. Zilda escolheu a medicina como missão e enveredou pelo caminho da saúde pública. O seu coração era carregado de doação ao próximo, como missão, com grande sensibilidade no trato com as pessoas, abrindo-se especialmente para a compreensão, paciência e atenção para com o mundo da criança”.

Zilda viveu dramas familiares como milhares de outras mulheres: a perda de um filho recém-nascido, ficou viúva muito cedo, tendo 5 filhos para criar e posteriormente, a perda de uma filha, morta num acidente automobilístico. Como tantas mulheres foi o alicerce da família, a mulher forte que dá a sustentação para o desenvolvimento e crescimento saudáveis dos filhos. Também foi avó presente, tendo inclusive a guarda de um neto pequeno.

Mulher forte, determinada e ao mesmo tempo alegre e carinhosa, assim como tantas outras que vemos todos os dias. Mulheres que trabalham, que cuidam de seus filhos, maridos e pais. Mulheres que cozinham, lavam e passam roupa, depois que todos já foram dormir. Mulheres que encontram tempo para se cuidar, para partilhar suas angústias e alegrias com outras mulheres.

Padre Raphael Colvara Pinto, em sua homilia na missa de um ano de falecimento de Zilda Arns, lembrou do exemplo de vida e do testemunho que Zilda deu até os últimos minutos de vida. “Não obstante, sua morte não poderia ser diferente daquilo que foi sua vida: amor e serviço aos mais pobres. Ela amou até o fim, fez da sua vida uma oferta, buscando retirar da cruz os crucificados pela exclusão social. Dra. Zilda aprendeu de Jesus que é preciso lavar os pés uns dos outros, que o Maior é o servidor de todos.  Quem quer, perde a vida para ganhá-la. Assim, pautou sua existência e, por isso, deixou um rastro luminoso na história da humanidade”.

Zilda Arns Neumann, carinhosamente chamada de “Dra. Zilda”, exemplo de mulher, mãe e líder. Exemplo para mais de 95 mil líderes mulheres que fazem a Pastoral da Criança acontecer nas mais de  35 mil comunidades espalhadas pelo Brasil. Morreu no terremoto que atingiu o Haiti, em janeiro de 2010, durante uma visita para a ampliação da Pastoral da Criança naquele país.

Ao comemorarmos mais um Dia Internacional da Mulher, lembremos das mulheres russas que morreram pedindo melhores condições de vida e de trabalho, mas vamos lembrar também das mulheres fortes, batalhadoras e anônimas, que todos os dias fazem a diferença na vida de milhares de outras pessoas. Dra. Zilda Arns Neumann, que seu exemplo e sua vida seja “húmus para ajudar a fecundar e fazer germinar novas iniciativas em prol daqueles que mias precisam”.

Roberta Machado da Rosa Ferreira
Assessora de Comunicação da Pastoral da Criança