A fundadora da Pastoral da Criança e Pastoral da Pessoa Idosa, Dra. Zilda Anrs Neumann, agora faz parte da Galeria de Honra dos Sanitaristas do Brasil.

 

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, realizou no último dia 24 de janeiro, a inclusão do retrato de mais 6 sanitaristas, na Galeria de Honra dos Sanitaristas do Ministério da Saúde, no hall privativo do Edifício Sede em Brasília (DF). Além de Dra. Zilda, os médicos Wanderlei Silva Bueno, Jamil Haddad, Paulo Eduardo Elias, Eleutério Rodriguez Neto e Luiz Jacintho da Silva agora integram a galeria onde constam nomes como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Sérgio Arouca e outros 13 sanitaristas brasileiros.

“Esta galeria é uma inspiração para darmos continuidade aos sonhos e desejos destes que ajudaram a construir a história do Sistema Único de Saúde e refletirmos para enfrentarmos os novos desafios”, observou Padilha. A família de Dra. Zilda foi representada pela sua neta Nátali Friedrich Neumann.

A médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, viveu para defender e promover as crianças, gestantes e idosos, construir uma sociedade mais justa, fraterna, com menos doenças e sofrimento humano. Morreu tragicamente no terremoto que devastou o Haiti dia 12 de janeiro de 2010, logo após fazer um pronunciamento sobre como salvar vidas com medidas simples, educativas e preventivas. Deixou sua marca na história do Brasil ao fundar e coordenar a Pastoral da Criança (1983) e Pastoral da Pessoa Idosa (2004).

Em 1983, incentivada pelo irmão Dom Paulo Evaristo Arns e a pedido da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, a Dra. Zilda começou a Pastoral da Criança, juntamente com Dom Geraldo Majela Agnello, Cardeal Arcebispo Primaz de São Salvador da Bahia, que na época era Arcebispo de Londrina. Por meio da Pastoral da Criança desenvolveu a metodologia comunitária de multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais pobres, baseando-se no milagre da multiplicação de peixes e pães que saciaram cinco mil pessoas, escrito no Evangelho de São João (Jo 6, 1-15).Como resultado reduziu significativamente a mortalidade infantil e promoveu o controle da desnutrição em mais de 44 mil comunidades.

Em seu trabalho, sempre aliou o conhecimento científico ao conhecimento e à cultura popular; valorizou o papel da mulher pobre na transformação social; mobilizou a todos, pobres e ricos, analfabetos e doutores, na busca da Vida Plena para todos. Em suas manifestações costumava dizer: “Há muito o que se fazer, porque a desigualdade social é grande. Os esforços que estão sendo feitos precisam ser valorizados para que gerem outros ainda maiores.”