Curitiba está sediando o 12º Fórum da ABP (Academia Brasileira de Pediatria) - "As Transformações da Família e da Sociedade e seu Impacto na Infância e Juventude" - nos dias 10 e 11 de outubro. O coordenador nacional adjunto, Nelson Arns Neumann, apresentou as ações da Pastoral da Criança para garantir a saúde de crianças e adultos, através do tema "Como os primeiros 1.000 dias podem afetar nossa saúde para sempre".
"Grande parte das chamadas "doenças de crianças" foram desaparecendo pelas práticas preventivas e curativas, cada vez mais apuradas. No sentido inverso, doenças que eram apanágio dos adultos, cada vez mais, são vistas em nossas crianças e adolescentes", alerta José Dias Rego, presidente do 12º Fórum. Segundo ele, "o século XXI, denuncia uma série de males somáticos, psicológicos e sociais em nossas crianças: a violência, quer a explícita quanto a velada, os vícios e as dependências, os conflitos pelos difíceis limites à liberdade, são alguns exemplos".
A Pastoral da Criança há mais de 30 anos atua para que crianças e gestantes tenham melhores condições de saúde. Ao longo das últimas três décadas ocorrem mudanças significativas na saúde e as pesquisas mostram que é necessário cuidar da saúde o mais cedo possível, começando com cuidados durante a gestação. Uma das mais relevantes e atuais pesquisas sobre o impacto do baixo peso ao nascer foi desenvolvida pelo médico e pesquisador inglês Dr. David Barker. Esta pesquisa demonstra que pessoas que nasceram com baixo peso tinham maior risco de desenvolver doenças do coração, colesterol, diabetes,obesidade, hipertensão arterial, problemas no funcionamento dos rins, osteoporose entre outras doenças. Além do Dr. Barker, outros pesquisadores também demonstraram que os primeiros 1.000 dias de vida podem afetar nossa saúde durante toda vida.
O período de gestação é importantíssimo não só para o nascimento do bebê, como tem consequências para o resto da vida, frisa o médico Nelson Arns Neumann. E faz um alerta: o baixo peso da mãe durante a gestação, a mulher que fica controlando para não engordar, pode até facilitar o parto, mas pode ter efeitos perversos para a vida da criança.
Novas pesquisas também reforçam os benefícios do aleitamento materno. Estudo que acompanhou crianças do nascimento até os 14 anos concluiu que aquelas que mamaram no peito tinham menos hipertensão, menos diabetes e menos obesidade. E o mais interessante é que quanto mais tempo de aleitamento materno menos doenças apresentavam as crianças, no chamado “efeito dose - resposta”: mais tempo de aleitamento menos incidência de doenças.
Apesar da conscientização sobre os males do fumo na gravidez, o número de mulheres fumantes aumentou, especialmente nas camadas mais pobres. O cigarro é um dos fatores que fazem a criança perder peso durante a gestação. Dados do Ministério da Saúde revelam que vem aumentando o número de bebês que nascem com baixo peso (abaixo de 2,5 kg). Em 1999 esse índice era de 7,7%. Em 2010 subiu para 8,3%, registra o Caderno de Informações em Saúde (Ministério da Saúde).
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