Os conselheiros de políticas públicas exercitam a arte de participar da sociedade, que vai muito além das reuniões de conselho. Eles representam movimentos e entidades, que esperam dos conselheiros atitudes colaborativas e comunicativas. Em artigo publicado no site Rebidia, Clóvis Boufleur, gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança, destaca a prática cidadã dos articuladores voluntários.
Integra do artigo
O trabalho voluntário dos conselheiros de políticas públicas
Os conselheiros de políticas públicas exercitam a arte de participar da sociedade, que vai muito além das reuniões de conselho. Eles representam movimentos e entidades, que esperam dos conselheiros atitudes colaborativas e comunicativas. Os articuladores voluntários da Pastoral da Criança mostram que isso é possível. Além de participar dos conselhos, eles vão ao encontro das famílias nas comunidades. Ouvem os clamores das pessoas. Ajudam a reduzir a mortalidade infantil e promovem o desenvolvimento integral da criança.
Os pontos chave desta escola de cidadania são: a motivação constante para a mística da fraternidade; a fidelidade aos seus objetivos; o sistema de capacitação continuada; os materiais educativos e a participação dos milhares de voluntários como agentes de transformação social. As melhorias na qualidade de vida promovidas pela Pastoral da Criança contribuem para o desenvolvimento das comunidades no Brasil. O acesso às informações amplia as condições sociais dos voluntários e das famílias.
Estudos do Programa de Voluntários das Nações Unidas (UNV), em parceria com o John Hopkins Center for Civil Society Studies, mostram o quanto as organizações da sociedade podem influenciar no desenvolvimento nacional, com forte impacto na economia dos países. As entidades e movimentos sociais devem ser valorizados e prestigiados pelo governos em razão do muito que contribuem para a nação, e não o contrário!
A prática cidadã do conselheiro é cotidiana, e começa com atitudes simples, como cuidar da saúde e do ambiente, dialogar e ajudar os outros conselheiros. Mas existem estágios desta prática. Infelizmente, temos que conviver com um certo distanciamento entre o que seria possível fazer, e o que realmente acontece. Ainda lutamos para atingir aspectos universais mínimos da cidadania, como o direito de ter o registro de nascimento, ser alfabetizado, ter casa, alimentação e trabalho. Somos um povo generoso e solidário, mas precisamos organizar esta nossa força para acompanhar, na área social, os passos largos do desenvolvimento do país.
O perigo deste descompasso é a diminuição da oferta de serviços públicos e o crescimento da desigualdade no país, o que é uma ameaça para a cidadania. Estamos em um momento privilegiado de acesso ao conhecimento e informações que geram oportunidades para ações colaborativas nos conselhos de políticas públicas. Podemos com isso melhorar a qualidade dos serviços públicos e acelerar nossos compromissos com a cidadania. A contribuição de cada pessoa é necessária para completar o esforço de todos e gerar benefícios para a população, promover a participação, prevenir doenças e evitar grandes desastres na comunidade e no planeta.
Clóvis Boufleur
Gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança
(publicado em www.rebidia.org.br)