Ao longo de sua história a Igreja viu nascer ao redor do mundo dezenas de expressões da ação evangelizadora por meio das pastorais. A Pastoral da Criança é uma obra típica do Brasil, fundamentada na evangélica opção preferencial pelas crianças e famílias pobres. Hoje, presente em todos os estados brasileiros e em mais 22 países da América Latina, África e Ásia, é reconhecida como uma das maiores organizações do mundo a trabalhar em ações de combate às doenças e mortes infantis e melhoria da qualidade de vida das crianças e suas famílias. A história da Pastoral da Criança está destacada no hotsite sobre os 60 anos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Pastoral da Criança e os 60 anos da CNBB
“Para que todas as crianças tenham vida em abundância” ((Cf. Jo 10, 10)
Ao longo de sua história a Igreja viu nascer ao redor do mundo dezenas de expressões da ação evangelizadora por meio das pastorais. A Pastoral da Criança é uma obra típica do Brasil, fundamentada na evangélica opção preferencial pelas crianças e famílias pobres. Hoje, presente em todos os estados brasileiros e em mais 22 países da América Latina, África e Ásia, é reconhecida como uma das maiores organizações do mundo a trabalhar em ações de combate às doenças e mortes infantis e melhoria da qualidade de vida das crianças e suas famílias.
Em 1983, quando a Pastoral da Criança surgiu, o país convivia com o chamado “milagre econômico perverso”. O processo de crescimento econômico dos anos 1970 favoreceu a concentração de renda e aprofundou ainda mais as desigualdades sociais. Morriam cerca de 70 crianças por mil nascidas vivas. Reverter o quadro de mortalidade infantil nos bolsões de pobreza foi o desafio proposto pelo arcebispo dom Paulo Evaristo Arns a sua irmã médica, pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann.
Com o apoio do arcebispo de Londrina, dom Geraldo Majella Agnelo, Dra. Zilda iniciou as primeiras atividades da Pastoral da Criança em Florestópolis, cidadezinha com um dos maiores índices de mortalidade infantil do estado do Paraná: 127 mortes por mil nascidos vivos. Um ano depois da experiência, esse índice baixou para 28 mortes por mil nascidos vivos. Fórmula para chegar a esse resultado: acompanhamento das gestantes, acompanhamento nutricional, soro oral caseiro para evitar a desidratação, amamentação, vacinas, o afeto e o cuidado das mães com os bebês. Medidas simples que a Pastoral da Criança passou a difundir pelo país para evitar a morte de milhares de crianças pobres.
O incentivo de organismos nacionais e internacionais, e o apoio da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) – inclusive contabilmente - nos primeiros anos de atividades da Pastoral da Criança garantiram sua rápida expansão. A partir de 1987, o governo federal – hoje, Ministério da Saúde – tornou-se a principal fonte de recursos da entidade para os treinamentos das lideranças voluntárias, a produção de materiais educativos, transporte e outras necessidades da entidade.
A Pastoral da Criança conta com o apoio da estrutura de organização da Igreja Católica, e alicerça sua atuação na comunidade e na capacitação de líderes voluntários. Esses líderes – 92% são mulheres, verdadeiras agentes de sua própria transformação social e de suas comunidades - assumem a tarefa de orientar e acompanhar as famílias vizinhas. As ações desenvolvidas compõem um conjunto de práticas educativas simples, com baixo custo e facilmente replicáveis, focalizadas na capacitação das famílias para os cuidados com a criança. O processo e o impacto desse trabalho podem ser mensurados pelos indicadores de saúde e de educação.
No conjunto de famílias acompanhadas pela Pastoral da Criança a mortalidade infantil é de 9,3 óbitos no primeiro ano de vida para cada mil nascidos vivos. A média nacional, segundo o Censo 2010 (IBGE), é de 15,6 mortes no primeiro ano de vida para cada mil crianças nascidas vivas. O indicador ganha maior expressão ao se constatar que a Pastoral da Criança atua exclusivamente em regiões muito pobres, nas quais a média de mortalidade infantil costuma ser até o dobro da taxa nacional.
Ao longo de três décadas, a entidade ganhou importância e reconhecimento da sociedade. A Pastoral da Criança participa de várias instâncias de decisão sobre políticas públicas, em vários níveis de governo, como os conselhos de saúde, direitos da criança e do adolescente, assistência social e segurança alimentar.
Um dos muitos diferenciais da organização é o permanente monitoramento das ações e resultados, através de um eficiente Sistema de Informação https://si.pastoraldacrianca.org.br/pastcri-prg/ . Outro é a transparência nas demonstrações financeiras https://wiki.pastoraldacrianca.org.br/PortalTransparencia. A estrutura administrativa na Coordenação Nacional, em Curitiba, é a mais simples e ágil possível. Essas são ferramentas importantes para assegurar o acompanhamento de milhares e crianças e gestantes ao custo muito baixo (gasto mensal por criança de R$1,83).
Pastoral da Criança: Situação de Abrangência (Brasil 2012)
. Acompanhamento de 1,4 milhão de crianças menores de 6 anos 79 mil gestantes.
. Acompanhamento de 1,2 milhão de famílias em 39.128 comunidades.
. 223.832 voluntários atuantes, dos quais 122.088 são líderes comunitários.
Principais resultados:
. Índice de mortalidade infantil 59,6% menor em relação à média nacional:
Comunidades acompanhadas: 9,3 óbitos para mil nascidos vivos.
Média nacional segundo o IBGE (Censo 2010): 15,6 óbitos para mil nascidos vivos
. Baixo nível de desnutrição nas crianças acompanhadas: 1,7%. Média nacional é de 2,8%.
. Apenas 5,7% das gestantes acompanhadas tiveram filhos nascidos com baixo peso (média nacional é de 8,3%).
. A grande maioria das crianças acompanhadas (91,8%) estava com as vacinas em dia.
Pastoral da Criança: Missão, visão e valores
Visão
Trabalhamos por um mundo sem mortes materno-infantis evitáveis e onde todas as crianças, mesmo as mais vulneráveis, viverão num ambiente favorável ao seu desenvolvimento.(Cf. Isaías capítulo 65, a partir do versículo 16).
Missão
“Para que todas as crianças tenham vida em abundância” (Cf. Jo 10, 10).
Promover o desenvolvimento das crianças, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, do ventre materno aos seis anos, contribuindo para que suas famílias e comunidades realizem sua própria transformação, por meio de orientações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania, fundamentadas na mística cristã que une fé e vida.
Valores e Crenças
Crença
A Glória de Deus é a vida
Fé e Vida: vivenciar a fé, por meio de ações concretas na comunidade
Deus se revela preferencialmente aos pobres
Partilha e Solidariedade
Valores
Adesão à Missão da Pastoral da Criança
Ética (Transparência, Honestidade, Justiça, Equidade)
Simplicidade
Não Discriminação (raça, cor, profissão, nacionalidade, sexo, credo religioso ou político)
Compromisso com os resultados
Perseverança
Valorização das crianças, gestantes e das famílias
Alegria em servir
Multiplicar o saber
Ir ao encontro, buscar proximidade
Saiba mais sobre a Pastoral da Criança:
Site: www.pastoraldacriança.org.br
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