Ao se aproximar o Natal sempre gosto de encontrar um tempo para pensar no presente valioso que recebemos de Deus através de nossos pais: o dom da vida. Ele é que nos permite, pela convivência com nossa família, nossos amigos, com as pessoas a nossa volta nos tornamos humanos. Mas que ser humano podemos ser? Penso que Jesus, ao nascer humano e com seu exemplo, quis nos mostrar que todas as pessoas podem ser mais fraternas, amorosas e solidárias.
Refletindo sobre isso, pensei nas milhares de pessoas que atuam na Pastoral da Criança e continuam a manter vivo o exemplo de Jesus doando parte de seu tempo, de sua conhecimento de sua experiência às gestantes, às crianças e suas famílias. E sabemos que fazer isso não é fácil. Há momentos em que mesmo nos doando as pessoas nos magoam, nos agridem, nos repelem. E o cansaço, e tanta coisa para fazer e os problemas das nossas próprias famílias?
Fico então perguntando: o que faz essas pessoas continuarem a cada dia, o ano todo a visitar as famílias, a recebê-las com alegria no Dia da Celebração da Vida, a se reunir para avaliar e planejar o trabalho?
Penso que seja porque vocês líderes, as pessoas da equipe da comunidade e também os coordenadores, capacitadores, multiplicadores e nós técnicos e funcionários da Pastoral da Criança procuramos ver cada vez melhor as pessoas; Julgar, ou seja, pensar sobre seus atos e ações sem crítica infundada. Tentamos Agir de modo a entender e respeitar quem está próximo de nós, a lutar pelas causas justas e pelo que precisa ser feito.
Creio também, e vocês vão falar: “Olha a Márcia falando de novo nesse assunto” que uma boa oportunidade para aprimorarmos o nosso Agir são as Oficinas de Formação Contínua Integrada, as OFCI. Nestas oficinas líderes e equipes das comunidades podem discutir suas dificuldades e dúvidas, coordenadores e capacitadores podem se aproximar mais deles e da realidade das famílias. Nessa troca podemos Avaliar o que fazemos e ensinar, de ouvir o outro, de enfrentar desafios par aprimorar nosso trabalho. E assim Celebrar conquistas. Acredito que é essa atitude de convivência, de partilha que cria um Natal com Jesus, que perdura todo ano e ajuda a mudar as condições adversas em que tantas gestantes, crianças e famílias vivem. Esse é o espírito do Natal, esse é o espírito da nossa fé e do nosso trabalho. Feliz Natal!
Márcia Mamede
Assistente técnica da Pastoral da Criança