“É Natal de Jesus, festa de alegria de esperança e Luz” (José A. Santana)
É Natal, festa do encontro, da paz, da amizade, da fraternidade, da alegria e do amor.
Celebramos neste dia o nascimento daquele que é o verdadeiro Sol, a luz do mundo; aquele que veio para iluminar os que estavam nas trevas. Neste sentido, queremos neste Natal também fazer uma referência ao nascimento da Pastoral da Criança, que no próximo ano completa suas 30 anos de existência.
A vinda do Filho de Deus é mais uma prova da simplicidade e da fragilidade de Deus. Ele encarna-se e faz-se pessoa humana com todos os seus condicionamentos. No Evangelho de Lucas 2,10-12 encontramos um paradoxo muito forte. O Evangelista nos afirma que na manjedoura encontra-se o Senhor. Jesus é Senhor, isto é, Ele é Deus, Ele vem de Deus e Ele está no lugar reservado aos animais. Deitado na manjedoura, faz-se alimento. Será Belém, cada do pão, alimento indispensável para a humanidade. É possível ver Jesus menino como alimento para toda a criatura.
Deus e a pequenez vão juntos! O Mistério da encarnação é o Mistério de um Deus que é verdadeiramente divino, mas que, ao mesmo tempo e da mesma forma, é verdadeiramente humano. Neste sentido, há um afinidade muito profunda entre a pequenez de Deus e a fragilidade de uma criança, entre a dependência da infância e a identidade divina. Deus se faz dependente de nós.
É esse menino pequeno, frágil nascido em Belém, que nós, lideranças da Pastoral da Criança, queremos celebrar no Natal. É nesta humanidade frágil e sem poder que Jesus aparece em sua vida pública ao ponto de suscitar surpresa e admiração das pessoas que o encontram. Ele é o filho do carpinteiro, o filho de Maria, de um lugarejo de onde nada de bom pode sair: Nazaré da Galileia (cf Jo 1,46). Ele percorre os caminhos da Palestina a pé, não tem residência fixa, nem uma pedra para reclinar a cabeça (Lc 9,58). Ele está sempre solidário com os pequenos, com os rejeitados, os sem valor aos olhos da sociedade do seu tempo. Ele valoriza a humanidade destas pessoas. Foi esta prática de resgate do humano, que está em cada pessoa, que o conduziu à morte.
Fico aqui pensando diante dessa imagem de um recém-nascido, o quanto a missão da Pastoral da Criança é parecida com a missão de Jesus. Também, a Pastoral da Criança nasceu numa pequena cidade situada a 100km de Londrina, tinha aproximadamente 14.700 habitantes. Cerca de 72% das famílias eram de bóias-frias. Que ora trabalhavam nos canaviais, ora nas colheitas de café, ora na de algodão. No intervalo entre as duas colheitas passavam longos meses sem serviço. Eram 127 as crianças que morriam para cada 1000 nascidas vivas (dados extraídos do livro Depoimentos Brasileiros).
Ai foi o berço da Pastoral da Criança. Assim, nasceu a Pastoral da Criança dentro desse contexto e sem falar dos queridos líderes que iniciaram com a presença da nossa querida Fundadora. Ela mesma foi lá para iniciar e começar, do jeito mais simples, a ajudar aquela comunidade a salvar vidas. E, como tudo que dá certo e faz a vida florir deve ser multiplicado, esta semente se espalhou para o Brasil e para muitos outros países. Hoje, graças à guarra, à competência e à doação de tantas mãos juntas, o Menino Jesus tem condições de continuar nascendo também em tantos lares.
Parabéns a todos vocês, lideranças voluntárias, que no anonimato fazem a vida florescer de tantas famílias, crianças e gestantes. Neste dia 05 de dezembro, dia do voluntário, elevo a Deus um hino de gratidão por todo bem que você faz, por toda vida salva pelas suas mãos, enfim, por você orientar tantas pessoas a buscar os seus direitos e deveres, através das políticas públicas. Parabéns, líderes, tenham certeza de que Deus está contente com sua missão. Ele que conhece e vê o seu esforço.
Então, queridos líderes, apoios, coordenações, amigos e parceiros, vamos celebrar bem o Natal deste ano. Ajudemos nossas famílias acompanhadas a viver a profundidade o sentido do Natal. Vamos nos entusiasmar para que, em todos os meses, possamos realizar nossas Celebrações da Vida como momentos de celebrar o nascimento do Menino Jesus e o nascimento de nossas crianças para uma vida nova. Sejam as nossas Celebrações da Vida momentos de Natal na vida de nossas comunidades.
Quero terminar esse momento com a canção tão bem cantada pelo nosso Padre Zezinho: “Tudo seria bem melhor se o Natal não fosse um dia e se as mães fossem Maria e se os pais fossem José e se a gente parecesse com Jesus de Nazaré”.
Tenham todos um Feliz e abençoado Natal e que o Menino Jesus, Ele que é a nossa Luz, nos ajude a continuar iluminando a vida e o caminho de muitas pessoas que Ele próprio colocou em nossas vidas, sempre com alegria e muito entusiasmo.
Feliz Natal e abençoado Ano Novo!
Irmã Vera Lúcia Altoé
Congregação Imaculada Conceição de Castres – CIC – Irmãs Azuis