O secretário de Saúde de Porto Alegre, Marcelo Bósio, confirmou no dia 4 de setembro apoio e adesão à campanha "Antibiótico: primeira dose imediata", durante encontro com representantes da Pastoral da Criança e do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS). Conforme orientação do Ministério da Saúde, uma criança com suspeita de pneumonia, com a indicação médica do antibiótico, deve receber a primeira dose do remédio na própria Unidade de Saúde.
Inicialmente o procedimento será adotado nos Pronto Atendimentos da capital gaúcha, onde as unidades dispõem de farmácias abertas inclusive nos finais de semana. Para a diretora do SIMERS, pediatra Ana Maria Martins, a ação é essencial para que o tratamento contra as infecções, principalmente as respiratórias sejam eficazes. "Muitas vezes, os pais recebem a receita, mas vão buscar no dia seguinte a medicação e atrasa o inicio do tratamento. É fundamental que a criança saia da consulta com a primeira dose ingerida. É educativo e previne mortes", afirmou.
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) e a Estratégia de Saúde da Família (ESF) serão as próximas a aplicar a primeira dose do antibiótico. "Vamos organizar esse processo de forma gradativa. O primeiro passo é trabalhar junto as nossas emergências e Pronto Atendimento 24 Horas, onde será organizado um fluxo de trabalho para fazer a prescrição junto aos boletins da primeira dose", declarou o secretário Bósio.
Coordenadora da Pastoral da Criança em Porto Alegre, Miriana Gravana avaliou como muito positivo o apoio da Secretaria de Saúde e a participação do sindicato no processo. "Esta campanha é tão importante para que possamos evitar óbitos de tantas crianças. Além disso, estamos sendo pioneiros no Rio Grande do Sul e talvez até no país a conseguir implementar a medida", destacou.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a primeira dose de antibiótico, dada ainda no local da consulta, evitaria uma parte ssignificativa das cerca de 4 mil mortes anuais por infecções respiratórias entre crianças menores de 5 anos no Brasil. As infecções respiratórias causadas por bactérias são a segunda causa de morte de crianças no país.