Neste ano, com as eleições municipais, a questão do saneamento merece ganhar espaço especial na agenda dos candidatos. A mesma importância que têm a saúde, educação, segurança e transporte. Líderes e demais voluntários devem se mobilizar para isso, sugere Clóvis Boufleur na Coluna Cidadania, na edição de setembro do Jornal da Pastoral da Criança.
Confira a íntegra do artigo:
Saneamento básico significa saúde e qualidade de vida para a população
Pesquisa recente realizada pelo Instituto Trata Brasil (ITB), parceiro da Pastoral da Criança, mostra que os brasileiros, principalmente os moradores das grandes cidades, estão mais bem informados sobre o saneamento básico. E mesmo não considerando o tema prioritário, as pessoas estão mais conscientes quanto às consequências provocadas pela falta de água tratada, coleta e tratamento de esgotos.
Apesar dos investimentos públicos realizados nos últimos anos, o saneamento básico – condição essencial para a saúde e qualidade de vida da população – ainda é um serviço que, infelizmente, chega a apenas uma parcela das moradias brasileiras. Nossos líderes que acompanham as famílias no país podem confirmar essa realidade, muitas vezes dramática.
A falta de saneamento básico – água tratada e principalmente a coleta de esgoto e lixo – expõe as pessoas a perigos e doenças. As comunidades que têm baixa oferta de coleta de lixo orgânico convivem num espaço onde se acumulam restos de alimentos e de outros materiais. Essa situação fica ainda pior nos períodos de chuvas ou enchentes que ampliam os riscos de incidência de doenças nestas comunidades.
Crianças que vivem em ambientes desprovidos dos serviços de saneamento estão mais sujeitas às doenças e acabam indo mais aos postos de saúde. Além dos problemas de saúde - a exemplo da diarreia que atinge principalmente as crianças acima de um ano - elas perdem a oportunidade de irem à escola, faltam mais às aulas. Também perdem a oportunidade de brincar, de convivência com outras crianças, o que também é uma atividade importante para o desenvolvimento infantil. Os adultos faltam mais ao trabalho.
A população precisa ser convencida de que é do prefeito a responsabilidade pelas obras de saneamento. E deve cobrar e acompanhar o andamento dos investimentos feitos no município nessa área. Mas muitas vezes, antes dessas obras, é preciso resolver outras questões nos aglomerados urbanos e favelas, especialmente quando eles vão se formando próximos a encostas e em beiras de rios. Não é possível levar obras e serviços onde as pessoas vão correr risco de morrer. Nestes casos, em vez de oferecer serviços, o poder público tem obrigação de retirar as pessoas de áreas impróprias ou que apresentam perigo de morte para elas.
Neste ano, com as eleições municipais, a questão do saneamento merece ganhar espaço especial na agenda dos candidatos. A mesma importância que têm a saúde, educação, segurança e transporte. Líderes e demais voluntários da Pastoral da Criança devem se mobilizar para isso. Planejar e organizar oportunidades de encontro com os candidatos a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. A proposta de Convocação aos Candidatos 2012 da Pastoral da Criança está disponível na página Rebidia na internet www.rebidia.org.br. Nossas coordenações devem debater com os candidatos e identificar propostas de campanha comprometidas com a melhoria da qualidade de vida da população. O acesso aos serviços de saneamento básico é um direito do cidadão.
Clóvis Boufleur
Gestor de Relações Institucionais