O projeto é destinado para as mães e líderes da Pastoral da Criança, que estejam desempregadas

“Voltar ao campo de trabalho é uma grande coisa. É fazer parte da sociedade de novo. Sem trabalho, você é um desconhecido”. A frase dita por Roseli Bueno Neri, moradora da Casa Verde, mostra a importância de ter conseguido um trabalho de babá aos 51 anos. Mãe de três filhos, moram com ela também a nora, o neto e sua mãe, de 83 anos. Todos estavam desempregados até que Roseli passou pelo programa de geração de renda em serviços domésticos realizado pela Pastoral da Criança, na Arquidiocese de São Paulo. Ela freqüentou o curso por 12 dias. Com apenas uma semana de aula, conseguiu ser contratada para tomar conta de três crianças.

 

Para quem vivia de “bicos”, o trabalho com registro em carteira foi considerado uma vitória. O mesmo aconteceu com Maria José de Araújo, 31 anos, que vive com o marido e a filha. Como estava desempregada, uma voluntária da Pastoral da Criança de Parelheiros lhe indicou o curso. Resultado: foi contratada para trabalhar na limpeza de um hospital em Santo Amaro. “A Pastoral da Criança é muito importante na minha vida. É parte da minha família. Eu era calada, e as líderes me ensinaram um novo mundo”, diz Maria José.

Roseli e Maria José são apenas dois exemplos das 51 mulheres que já fizeram o curso entre maio e agosto de 2008. Elas aprenderam técnicas para lavar e passar roupas. Também tiveram aulas sobre economia na cozinha, higiene e manipulação de produtos de limpeza. Durante o curso, são encaminhadas para os locais de trabalho. O projeto é destinado para as mães e líderes da Pastoral da Criança, que estejam desempregadas. “Conseguir um trabalho é uma dificuldade em nosso país. Essas mães vêm de longe. Muitas chegam com a auto-estima lá embaixo. Mas no terceiro dia de aula já vemos a mudança. No final, somos nós que aprendemos com elas”, avalia a coordenadora do curso, Silvana Aparecida Gonçalves.

Há uma casa com sala, cozinha, quartos, banheiro e lavanderia no centro de São Paulo para a realização do curso. As participantes recebem alimentação e o transporte para freqüentar as aulas. Não é preciso pagar nada para fazer a formação, mas depois de empregadas, elas podem contribuir com R$11,50 por vinte meses para que outras mulheres possam ter a mesma oportunidade.



Os interessados em contratar pessoas que passaram pelo curso da Pastoral da Criança devem falar com a coordenadora Silvana. Isso pode ser feito pelo telefone (11) 3106-0703 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

Por Cristiane Reimberg