Cantigas de roda, animação com brinquedos feitos de recicláveis, caminhada ecológica e oração. Assim foi o sábado, 14 de janeiro, das crianças no Parque Linear do Canivete e na Paróquia São José Operário, no Jardim Damasceno, zona noroeste de São Paulo, no Dia de Oração e Ação pelos dois anos de falecimento da doutora Zilda Arns Neumann, vitimada por um terremoto em 12 de janeiro de 2010, em Porto Príncipe, no Haiti.

 
Fundadora das pastorais da Criança e da Pessoa Idosa, a pediatra e médica sanitarista visitou o bairro em julho de 2007 e ao ver as precárias condições de moradia das famílias às margens do córrego do Canivete solicitou à prefeitura de São Paulo ações de melhoria.
 
"Onde está o parque, era uma favela em situação bem precária, um lamaçal terrível. Após a visita, a doutora Zilda foi conversar com o prefeito [Gilberto Kassab] e no ano seguinte as coisas começaram a mudar", contou à reportagem do O SÃO PAULO, Marilza Barbosa, coordenadora da Pastoral da Criança na Região Brasilândia.
 
 
Em 2008, após a remoção das famílias que viviam no local, teve início a construção do parque que possui quadras poliesportivas, praça de jogos, pistas de caminhada e área de estar, e também houve a recuperação parcial do córrego e de suas margens e a readequação do sistema de esgoto.
 
No evento, além de recordar as intervenções da doutora Zilda pela melhoria do bairro, as líderes da Pastoral da Criança também enalteceram a dedicação da médica sanitarista, que inspira os trabalhos dos 228 mil voluntários da pastoral em todo o Brasil.
 
 
"O amor que ela tinha pelas pessoas e que colocou nesse trabalho é que faz hoje a pastoral ter um voluntariado tão grande, mas que precisa de muito mais gente, pois muitas crianças ainda devem ser atendidas. O amor que a doutora Zilda teve pelo ser humano, e o ser humano que ela foi, é que faz a pastoral ser o que é", destacou Maria do Rosário Gazzola de Souza, coordenadora da Pastoral da Criança na Arquidiocese de São Paulo.
 
 
De acordo com Maria do Rosário, a meta da pastoral para 2012 é ampliar a quantidade de líderes e atuar de forma mais próxima das comunidades. "A mãe acompanhada na pastoral é uma multiplicadora do saber, pois quando recebe as orientações, ela multiplica para suas vizinhas e atua na transformação da comunidade", analisou.
 
 
Na abertura das atividades do sábado, dom Milton Kenan Junior, bispo da Região Brasilândia e referencial das Pastorais Sociais da Arquidiocese de São Paulo, enalteceu as atividades da doutora Zilda e apontou que a continuidade dos trabalhos da Pastoral da Criança é a melhor maneira de as líderes agradecerem o empenho da fundadora.
 
"A doutora Zilda foi alguém que deu expressão, visibilidade à sua fé. Ela faz pensar nas palavras do apóstolo São Tiago 'mostra-me a tua fé, e eu mostro as minhas obras'. A fé para a doutora Zilda não foi algo teórico, mas se traduziu em gestos de solidariedade, de serviço aos mais pobres, às crianças", disse o bispo, que também elogiou o empenho das líderes. "Cada uma de vocês tem a garra da doutora Zilda, cada uma de vocês se apaixonou pela causa".

 

Fonte: Jornal O São Paulo

Daniel Gomes - Reportagem na zona noroeste

 

Fortaleza/CE

Em Fortaleza/CE, a Pastoral da Criança também lembrou os 2 anos de falecimento da Dra. Zilda Arns Neumann, com uma missa celebrada pelo Pe. Watson Façanha. Pe. Watson afirmou "o sangue dos santos mártires tem reforçado a ação dos cristãos; que o sangue da Dra. Zilda seja força para os que fazem a Pastoral da Criança, aqui e em todo mundo". Suas palavras emocionaram líderes que vieram de diferentes lugares para lotar a nave central do Santuário de Nossa Senhora de Fátima.

A celebração de 2 anos de Zilda Eterna foi realizada no dia 12 de janeiro, e reuniu centenas de líderes de toda a arquidiocese de Fortaleza. "Foi bonito de ver, gente vindo de todos os locais para se unir na Missa que marcou o segundo aniversário da Páscoa da Dra. Zilda", lembrou Inês Girão.