Para entidade, os grupos vulneráveis desconhecem seus direitos e morrem devido à desnutrição porque não têm acesso à educação e informação.


Muitos programas públicos de combate à insegurança alimentar empacam porque ignoram a diversidade social, cultural e econômica das populações, inclusive aqueles grupos marginalizados, com menor grau de educação e menos acesso à cidadania. Esse é o diagnóstico do economista e engenheiro José de Anchieta Ribeiro Santos, coordenador da Pastoral da Criança no Estado de São Paulo. No Brasil, a entidade desenvolve ações de promoção de saúde e nutrição infantil em mais de 4.000 municípios.

Santos falou durante o debate sobre segurança alimentar e as inovações para a sustentabilidade no campo, tema principal do relatório “Estado do Mundo 2011”. A versão em português do documento foi lançada em parceria entre o Instituto Akatu e o Worldwatch Institute Brasil (WWI Brasil), na quarta-feira (19/10), em São Paulo.

A opinião do coordenador encontra respaldo no relatório. “Não há uma solução única”, diz o documento. “As tentativas [de combate à fome] do passado fracassaram porque oprimiram a diversidade.”

De acordo com Santos, o foco da Pastoral da Criança é na educação para a cidadania. “Com a mobilização das famílias marginalizadas socialmente para o resgate da cidadania, essa população passa a ser agente reivindicadora de seus direitos civis e sociais”, explica.

Para o coordenador, não chegaremos à sustentabilidade social se esses grupos continuarem sendo tutelados. “A sociedade e o poder público precisam garantir acesso a direitos e cidadania. Como seres humanos, somos igualmente capazes, o que falta é oportunidade para todos.”


por Equipe Akatu

02 nov 2011