A abertura da exposição do repórter fotográfico Douglas Mansur com o tema “Os Caminhos de Dom Paulo” que seguirá até o dia 23 de outubro aconteceu no Memorial de Curitiba na última sexta-feira (dia 16), com a presença do Vice-Governador Flávio Arns, do bispo auxiliar de Curitiba Dom Rafael Biernaski e do coordenador da Pastoral da Criança Internacional Nelson Arns Neumann.

 

A exposição é um instrumento pedagógico e de evangelização para as comunidades de base e para a sociedade civil discutir a história da Igreja e dos movimentos sociais na trajetória do trabalho e vida do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns ao longo de 20 anos, como presença missionária em defesa dos direitos humanos, sobretudo a atitude profética na efervescência da Ditadura Militar.

Em 2008, a mesma exposição teve abertura em São Paulo numa Ação Educativa. Depois percorreu as comunidades de São Paulo, para discutir o trabalho de Dom Paulo nos anos que esteve à frente da Arquidiocese. Isso para mostrar a importância do engajamento da Igreja com os movimentos sociais, com os indígenas, com os negros e com as Comunidades Eclesiais de Base – CEBs e sua presença nas prisões e nos hospitais, com os menos favorecidos e com os torturados pelo Regime Militar.

Fotos marcantes e históricas que retratam o momento da Missa celebrada por Dom Paulo na Igreja da Sé, dos corpos presentes do estudante preso, torturado e morto nas dependências do DOI/CODI-SP no dia 16 de março de 1973, Alexandre Vanucchi Leme e do frade dominicano Frei Tito de Alencar submetido a variados tipos de tortura física e psicológica faz parte da série das 55 fotografias expostas.

Curiosa e fantástica fotografia, em angulo aberto, é a “Vala de Perus”, onde foram enterrados os presos políticos como indigentes e vítimas do esquadrão da morte. Lá está Dom Paulo ladeado com o clero da época em celebração. São fotografias que salta aos olhos de todos ao contemplar a presença solidária de Dom Paulo na fase crítica da história do Brasil.

Uma exposição para se refletir sobre o período da Ditadura militar. Expressiva. Fotos do arcebispo a segurar um painel confeccionado pelos presos da casa de detenção do presídio Tiradentes onde estavam os preços políticos.

Para o repórter fotográfico Douglas Mansur a exposição tem o valor pedagógico e evangelizador para se fazer uma discussão da história do Brasil e da Igreja e do apoio de Dom Paulo às pessoas que foram torturadas e presas.

O coordenador Internacional da Pastoral da Criança Dr. Nelson Arns Neumann agradeceu ao artista fotográfico Mansur pelo trabalho. Destacou a importância dos eventos registrados do processo político do Brasil. Lembrou do registro da obra “Brasil Nunca mais” de Dom Paulo Evaristo Arns publicado pela Editora Vozes, que narra e descreve a desumanidade e o castigo tortura como ato brutal e desumano, que foi registrado. “Se ninguém registra a história, ela se perde”, chamou atenção e disse que a a exposição das fotos de Dougas Mansur é importante colaboração para o país.

“Dom Paulo colocou no coração das pessoas a esperança ao assumir sua realidade última”, afirmou o bispo Auxiliar de Curitiba Dom Rafael Biernaski ao dizer que o cardeal Arns teve uma importância singular na vida das pessoas e na organização da Arquidiocese de São Paulo desde seu inicio ao dar origem a outras dioceses através das CEBs. Disse que Mansur fez os flash da histórica e da fé através das fotos e que a exposição ajuda a dá o sentido à história e à vida.

O Vice-Governador do Paraná Flávio Arns recordou da presença recente na celebração dos 90 anos (dia 14 p.p) de Dom Paulo Evaristo Arns com toda a vitalidade. Voz firme. Um homem disposto, que conversa e discute várias questões de fé, política e sociedade. Querido na família. Estimado pelo povo e respeitado como o bispo da cidadania. “Vejo dom Paulo em duas páginas. Uma no trabalho diretamente com o povo, como franciscano. Outra, com a grande família da Arquidiocese de São Paulo, que soube organizar sua missão em favor dos pobres e do povo brasileiro”, ressaltou o Vice-Governador.

As fotografias de Douglas Mansur retratam a história de Dom Paulo Evaristo Arns que deve ser lembrada com toda sua vida como referência para a história do Brasil e da Igreja. Para o autor das fotos é uma homenagem digna: “dom Paulo está fazendo 90 anos. Achei bom fazer a exposição em Curitiba, pois aqui e no interior do Paraná tem uma história dele com a Pastoral da Criança como Co-Fundador com Dra. Zilda Arns dessa pastoral em defesa da vida das crianças”, afirmou.

A mesma exposição irá percorrer algumas comunidades de Curitiba e municípios do Paraná. Está livre para convite. Mansur encaminha a exposição e no dia da abertura o pessoal faz a discussão sobre a história da Igreja. O objetivo não é só expor as fotos, mas fazer gerar uma discussão sobre o engajamento de Dom Paulo nos movimentos sociais e na luta pelos direitos humanos.

 

 

 

Ir. Núbia Maria da Silva (IMC)

Coordenação Nacional da Pastoral da Criança

Ação Comunicação Popular