Uma das ações prioritárias, realizadas pelos líderes voluntários da Pastoral da Criança, é o acompanhamento da gestante. Sabemos que, quanto antes iniciar esse acompanhamento, melhores serão as condições da gestação e mais garantia de um parto seguro.
Através da ação dos articuladores, voluntários capacitados para fazer a ligação entre a comunidades e os Conselhos Municipais de Saúde, afim de propor ações que reduzam a mortalidade infantil e promovam a melhoria das condições de saúde das crianças e suas famílias, a Pastoral da Criança luta para que as gestantes tenham seus direitos respeitados.
Líder desde 2008, Aliana Aparecida Silva, hoje coordena a área Santa Lúcia, que envolve os municipios de Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, São José da Lapa e Vespasiano, em Minas Gerais. Ela conta que em 2013 encontrou uma gestante que não estava realizando o pré-natal, um dos direitos da gestante.
“Essa gestante não estava conseguindo o acompanhamento do pré-natal, além disso, era considerada de alto risco, pois tem um tumor na garganta. Conversei com ela e disse: “como Pastoral da Criança vamos ajudar você”, relata Aliana, que passou a acompanhá-la.
A gestante estava com quatro meses de gestação e ainda não havia realizado nenhuma consulta pois, segundo a gestante “cada vez que ia ao posto de saúde, não tinha mais consulta disponível”, lembra a líder. Aliana foi junto no Posto de Saúde e, conversando com a enfermeira do plantão, conseguiram uma vaga na Central de Gestação de Alto Risco, serviço especial fornecido pelo governo estadual. Apartir dessa data, todas as consultas do pré-natal foram realizadas e o parto está previso para o próximo mês de maio.
Orientação para os líderes da Pastoral da Criança
Clóvis Boufleur, gestor de Relações Institucionais da Pastoral da Criança, lembra que os líderes da Pastoral da Criança são orientados a envolver os articuladores de saúde nessas questões, principalmente onde os direitos da gestante não são respeitados. “Em caso de dificuldade ou não atendimento nos serviços de saúde, o líder deve levar o problema ao articulador de sua comunidade. Os Conselhos Municipais e Ouvidorias de Saúde são também outros órgãos para prestar esclarecimentos e receber reclamações da população”.
Em suas visitas às gestantes, a líder Aliana conversa sobre os “primeiros mil dias de vida da criança ”, o direito da gestante a pelo menos seis consultas de pré-natal, realizar os exames e a receber as vacinas. “Falo também da importância do alojamento conjunto e da presença de um acompanhante no momento do parto e oriento a gestante a fazer os seu plano de parto”, reforça Aliana. Ela ainda lembra o caso de uma gestante que, no momento do parto, foi impedida pelo hospital de ter o marido acompanhando. “Fomos até o hospital e dissemos que é um direito da gestante e eles passaram a permitir a entrada de um acompanhante no parto, esse direito nunca mais foi desrespeitado”.
Dra. Zilda Arns Neumann, grande defensora dos direitos da gestante
“Nascimento saudável é quando a mãe e o bebê têm garantidos todos os seus direitos no parto e depois do parto”, disse Dra. Zilda Arns Neumannn, durante entrevista em 2008, ao falar sobre os direitos da gestante. Na ocasião, ela destacou questões importantes como o direito ao alojamento conjunto, a assistência do pediatra na sala de parto e as ações preventivas de saúde.